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A Arte de Bem Ler II

Já repararam que há livros que parece que apenas mudam o local e o nome dos personagens envolvidos? Há autores que parecem estar dentro de um molde e não saem dos mesmos por nada. Chega a uma altura em que podemos ler o primeiro capítulo de um livro deles e o último e sabemos tudo o que se passou pelo meio, talvez não com detalhes mas temos uma ideia. Claro que todos podemos dizer que enredos repetidos e personagens planos não são os únicos elementos de uma história assim, aliás, poderão existir vários livros com as mesmas características e com os quais podemos, independentemente disso, passar um bom bocado.
É aqui que entra o génio do escritor e a maneira como ele nos conta a história. Esta é um pouco a minha área porque se há coisa que gosto é re-contares de contos de fadas. A minha mãe costumava, e costuma, dar em louca quando fico animada com um livro novo de Gail Carl Levine, autora de Ella Encantada, ou de Shannon Hale, autora de O Livro dos Mil Dias.
A maneira como estas duas autoras pegam em histórias conhecidas e as recontam é maravilhosa, além de que ambas as autoras também gostam de cruzar personagens, fazendo com que as personagens principais de determinado livro apareçam como secundárias noutro.
Assim sendo dou bastante valor à maneira como um escritor conta uma história. Na realidade nem me importo se a conheço, às vezes a piada é mesmo essa! Descobrir como tudo foi alterado e recontado.
Os bons livros são aqueles que conseguem pegar em algo que pensamos conhecer e nos mostrar algo completamente diferente. Um dos primeiros livros assim que apanhei foi o Presságio de Fogo pela Marion Zimmer Bradley, no qual ela conta a batalha de Tróia do ponto de vista dos troianos em vez de ser dos gregos, que normalmente estudamos na escola. O recontar desta batalha que eu já conhecia de um outro ponto de vista revelou-se fascinante e partir daí sempre que o posso faço-o.
Um bom exemplo para quem estiver interessado em experimentar fazer isto é ler os dois primeiros livros da saga dos Primos em Guerra de Phillippa Gregory. Os livros Rainha Branca e Rainha Vermelha contam a mesma história de pontos de vista da guerra diferentes. Algo que sem dúvida vale a pena ler.
Caros leitores já alguma vez leram algo assim? De um ponto de vista completamente inesperado?



Ki
(Catarina)
Sobre a autora:

Bibliófila assumida e escritora de domingo. Gosta de livros e tudo o que esteja relacionado com eles, tem a mania que tem opiniões sobre livros e gostas de as expor no seu blog conjunto Encruzilhadas Literárias, tem também uma conta no GoodReads e é das melhores coisas que já lhe aconteceu.

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