Uma obra prima da literatura nem sempre revela um escritor com uma personalidade impecável e ontem quando andava a passear pela internet encontrei provas disso mesmo.
Num artigo ao jornal The Guardian, um leitor e fã de uma saga de ficção científica desde criança ficou destroçado ao saber que o escritor que era o seu herói desde sempre é homofóbico. Sendo homosexual o leitor em questão estava de coração partido, mais agora que a sua filha estava na idade de começar a ler a dita saga, ele não sabia o que fazer, deveria ou não dar-lhe os livros a ler? E se os desse deveria dizer-lhe que o escritor não gostava de pessoas como ele?
Toda a questão de livros/escritores é muito complicada principalmente quando a obra nos é querida e a sombra do escritor longa. Lembro-me bem do meu horror quando descobri que o Terry Deary era contra as bibliotecas, uma vontade súbita de nunca mais comprar um livro dele e vender todos os que tinha nasceu em mim com uma força nunca antes vista. Mas depois da onda vermelha ter passado dei por mim a questionar a decisão, claro que por um lado todos temos os nossos valores e ao comprarmos um livro estamos a apoiar o seu autor, por outro lado a obra dos autores não tem necessariamente que reflectir a sua opinião.
A verdade é que todos somos humanos e se um autor for contra uma causa que nos é querida, ou contra o nosso modo de vida será que podemos mesmo fingir de conta que não vemos? Por aqui as opiniões dividissem, se a Cláudia diz que há coisas que não perdoa e que se quisesse mesmo ler o livro o faria usando uma biblioteca para não beneficiar o autor, já eu não sei bem se me impediria de o comprar. Quanto ao facto de dar o livro a ler aos nossos filhos, cremos que tudo tem de ter peso e medida. Nada impede as crianças de apreciarem uma boa história, e assim fomentarmos o seu hábito pela leitura, mas podemos também explicar-lhes que nem todos pensam como nós e que devemos ser compreensivos com todos.
Como sabemos, autores como Tolkien e C.S.Lewis, que nos trouxeram O Senhor dos Anéis e As Crónicas de Narnia não eram perfeitos e tinham as suas visões do mundo, sendo que Narnia é uma história de inspiração católica incontestável. Contudo esses "defeitos" não impedem que todos os anos novos leitores se apaixonem pelas suas obras. Será que o tamanho da sombra importa, ou é a nossa maneira de ver o mundo?
A verdade é que todos somos humanos e se um autor for contra uma causa que nos é querida, ou contra o nosso modo de vida será que podemos mesmo fingir de conta que não vemos? Por aqui as opiniões dividissem, se a Cláudia diz que há coisas que não perdoa e que se quisesse mesmo ler o livro o faria usando uma biblioteca para não beneficiar o autor, já eu não sei bem se me impediria de o comprar. Quanto ao facto de dar o livro a ler aos nossos filhos, cremos que tudo tem de ter peso e medida. Nada impede as crianças de apreciarem uma boa história, e assim fomentarmos o seu hábito pela leitura, mas podemos também explicar-lhes que nem todos pensam como nós e que devemos ser compreensivos com todos.
Como sabemos, autores como Tolkien e C.S.Lewis, que nos trouxeram O Senhor dos Anéis e As Crónicas de Narnia não eram perfeitos e tinham as suas visões do mundo, sendo que Narnia é uma história de inspiração católica incontestável. Contudo esses "defeitos" não impedem que todos os anos novos leitores se apaixonem pelas suas obras. Será que o tamanho da sombra importa, ou é a nossa maneira de ver o mundo?
Que pensam, Encruzilhados? Devemos impedir-nos de ler certos livros se não gostarmos dos seus autores? Ou devemos apenas olhar para a qualidade do livro?
Ki
(Catarina)
Sobre a autora:
Bibliófila assumida e escritora de domingo. Gosta de livros e tudo o que esteja relacionado com eles, tem a mania que tem opiniões sobre coisas e gosta de as expor no seu blog conjunto Encruzilhadas Literárias, tem também uma conta no GoodReads e é das melhores coisas que já lhe aconteceu.
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