O Silo
de Hugh Howey
Edição/reimpressão: 2013
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 528
Editora: Editorial Presença
Resumo:
Num mundo pós-apocalíptico, encontramos uma comunidade que tenta
sobreviver num gigantesco silo subterrâneo com centenas de níveis, onde
milhares de pessoas vivem numa sociedade completamente estratificada e
rígida, e onde falar do mundo exterior constitui crime. As únicas
imagens do que existe lá fora são captadas de forma difusa por câmaras
de vigilância que deixam passar um pouco de luz natural para o interior
do silo. Contudo há sempre aqueles que se questionam... Esses são
enviados para o exterior com a missão de limpar as câmaras. O único
problema é que os engenheiros ainda não encontraram maneira de garantir
que essas pessoas regressem vivas. Ou, pelo menos, assim se julga...
Rating: 4/5
Opinião: Ora bem, ainda antes de começar a opinião em si vou já falar do ponto negativo deste livro, contrariamente ao que é habitual, e que passa por ter descoberto, já a meio do livro (e a gostar dele) que me enfiei em mais uma saga por percalço, e tenho mais 7 livros de continuação pela frente (espero que a Editorial Presença os edite nos próximos anos, quem sabe ainda a termine antes dos 30..)!! E qualquer leitor regular sabe a praga que as trilogias e sagas se tornaram nos últimos anos, até porque eu já nem faço ideia de quantas estórias tenho a meio (e sobre as quais sempre se almejo o fim). Em diante.
Editado: Acabei de descobrir que afinal fui enganada pelo Goodreads. O autor auto-publicou este livro em 5 partes, pelo que o que surge como cinco livros corresponde ao primeiro editado pela Editorial Presença. No fundo, e em discussão com outras meninas por lá, cheguei à conclusão que será mais uma trilogia.
Raramente gosto das comparações a outras grandes obras. Na contracapa de "O Silo", o Daily Express descreve-o como «Emocionante, provocador e inesquecível... uma obra-prima de ficção distópica comparável a 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.» É realmente isso tudo, excepto no que diz respeito a essa ligação aos dois clássicos, um que por acaso ainda não li senão excertos e outro não me deixou muito fã. Na minha opinião, e para além do óbvio que levou a esta equiparação, tanto 1984 como Admirável Mundo Novo centram-se principalmente no impacto das vivências colectivas nos indíviduos, criando experiências intensamente sensoriais. Já O Silo é uma grande obra de ficção, focada no entanto na aventura, na acção, na sucessão de factos que de forma infalível nos levaram na direcção de um final inesperado.
A introdução ao mundo em questão é feita de forma muito sublime, sem se tornar voraz em pormenores, e que nos cativa e prende a atenção. Colocando-nos numa situação in media res que nos capta logo o interesse, sem nos fazer sentir perdidos, vamos acompanhando as consequências da tomada de decisão de uma personagem. E ainda que o desfecho dessas não seja o esperado, parte dela irá acompanhar-nos ao longo do livro.
Somos espicaçados nos momentos certos. Este livro faz-nos questionar a situação que nos é apresentada assim como a sua contextualização. Queremos saber mais, compreender o funcionamento do Silo, tanto a nível de estruturas como do ponto de vista legislativo e populacional. Queremos saber mais sobre os sorteios de procriação e sobre as formas de subsistência, assim como da capacidade de gestão de electricidade. Queremos conhecer melhor as personagens, conviver mais tempo com elas, embora o constante subir e descer dos pisos intermináveis nem sempre nos possibilite. E ainda que queiramos isso tudo, não nos sentimos defraudados, ou com falta de informação suficiente que permita a compreensão do enredo de forma alargada.
E por falar em personagens, o grupo que nos é apresentado está totalmente à altura do acontecimento. São diversas, interessantes, cativantes e bem construídas, mesmo quando só temos acesso a pequenas nuances suas, e que dificilmente servem para descrever uma personagem por completo. Não nos sentimos enganados, conseguimos relacionar-nos com o que estamos a ler e queremos sempre saber mais e ir mais longe. A sensação de continuidade e paralelismo da acção é bem conseguida, e fará ainda mais sentido a partir do meio da narrativa, quando existirem mais pormenores sobre o contexto envolvente. A sensação de que estamos perante uma estrutura complexa vai aumentando ao longo da narrativa, especialmente quando a verdade deixa de o ser e a mentira passa a ser esperada. A visão descritiva é muito global, ainda que se foque em perspectivas individuais, dando-nos o melhor de dois mundos.
O que é que ficou a faltar? Um verdadeiro inimigo, uma força contrária mais eficaz ou que, pelo menos, nos fizesse sentir a sua presença mais imediata. Porque apesar de estarmos ao corrente de qual o elemento causador de todos os momentos climax, a sua presença ainda é muito distante e pouco controladora (o que seria de esperar numa obra deste género, até pela composição que nos é apresentada).
Ainda assim, sendo o livro introdutório, fica a pairar a reflexão de que este é só um esboço, um rascunho ainda mal composto de toda a acção que por aí vem. Nesse sentido, estou plenamente satisfeita, quero mesmo continuar a seguir esta saga e completá-la, e fico ansiosamente à espera do próximo.
«Estas e outras novidades da Editorial Presença aqui»
Editado: Acabei de descobrir que afinal fui enganada pelo Goodreads. O autor auto-publicou este livro em 5 partes, pelo que o que surge como cinco livros corresponde ao primeiro editado pela Editorial Presença. No fundo, e em discussão com outras meninas por lá, cheguei à conclusão que será mais uma trilogia.
Raramente gosto das comparações a outras grandes obras. Na contracapa de "O Silo", o Daily Express descreve-o como «Emocionante, provocador e inesquecível... uma obra-prima de ficção distópica comparável a 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.» É realmente isso tudo, excepto no que diz respeito a essa ligação aos dois clássicos, um que por acaso ainda não li senão excertos e outro não me deixou muito fã. Na minha opinião, e para além do óbvio que levou a esta equiparação, tanto 1984 como Admirável Mundo Novo centram-se principalmente no impacto das vivências colectivas nos indíviduos, criando experiências intensamente sensoriais. Já O Silo é uma grande obra de ficção, focada no entanto na aventura, na acção, na sucessão de factos que de forma infalível nos levaram na direcção de um final inesperado.
A introdução ao mundo em questão é feita de forma muito sublime, sem se tornar voraz em pormenores, e que nos cativa e prende a atenção. Colocando-nos numa situação in media res que nos capta logo o interesse, sem nos fazer sentir perdidos, vamos acompanhando as consequências da tomada de decisão de uma personagem. E ainda que o desfecho dessas não seja o esperado, parte dela irá acompanhar-nos ao longo do livro.
Somos espicaçados nos momentos certos. Este livro faz-nos questionar a situação que nos é apresentada assim como a sua contextualização. Queremos saber mais, compreender o funcionamento do Silo, tanto a nível de estruturas como do ponto de vista legislativo e populacional. Queremos saber mais sobre os sorteios de procriação e sobre as formas de subsistência, assim como da capacidade de gestão de electricidade. Queremos conhecer melhor as personagens, conviver mais tempo com elas, embora o constante subir e descer dos pisos intermináveis nem sempre nos possibilite. E ainda que queiramos isso tudo, não nos sentimos defraudados, ou com falta de informação suficiente que permita a compreensão do enredo de forma alargada.
E por falar em personagens, o grupo que nos é apresentado está totalmente à altura do acontecimento. São diversas, interessantes, cativantes e bem construídas, mesmo quando só temos acesso a pequenas nuances suas, e que dificilmente servem para descrever uma personagem por completo. Não nos sentimos enganados, conseguimos relacionar-nos com o que estamos a ler e queremos sempre saber mais e ir mais longe. A sensação de continuidade e paralelismo da acção é bem conseguida, e fará ainda mais sentido a partir do meio da narrativa, quando existirem mais pormenores sobre o contexto envolvente. A sensação de que estamos perante uma estrutura complexa vai aumentando ao longo da narrativa, especialmente quando a verdade deixa de o ser e a mentira passa a ser esperada. A visão descritiva é muito global, ainda que se foque em perspectivas individuais, dando-nos o melhor de dois mundos.
O que é que ficou a faltar? Um verdadeiro inimigo, uma força contrária mais eficaz ou que, pelo menos, nos fizesse sentir a sua presença mais imediata. Porque apesar de estarmos ao corrente de qual o elemento causador de todos os momentos climax, a sua presença ainda é muito distante e pouco controladora (o que seria de esperar numa obra deste género, até pela composição que nos é apresentada).
Ainda assim, sendo o livro introdutório, fica a pairar a reflexão de que este é só um esboço, um rascunho ainda mal composto de toda a acção que por aí vem. Nesse sentido, estou plenamente satisfeita, quero mesmo continuar a seguir esta saga e completá-la, e fico ansiosamente à espera do próximo.
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Cláudia
Sobre a autora:
Maratonista de bibliotecas e bookcrossing, a Cláudia ainda consegue estudar e fazer o seu mestrado enquanto lê nos transportes públicos. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado é tão fácil encontrá-la numa biblioteca como na Rota Jovem em Cascais. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.
Oi adorei.. muito obrigado, me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?
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