A Casa das Sete Mulheres
de Leticia Wierzchowski
Editora: Ambar (edição fora do mercado)
Resumo: A Casa das Sete Mulheres é um envolvente romance histórico e de amor no cenário da Revolução Farroupilha de 1835, no Rio Grande do Sul. O romance mistura magistralmente realidade e ficção, narrando a aventura de sete mulheres da família de Bento Gonçalves, general e chefe da revolução que pretendia a república, a abolição da escravatura e a independência do Rio Grande do Sul, no Brasil da primeira metade do século XIX. (...)Com uma visão decididamente feminina e em volta de personagens centrais femininas, a autora descreve também cenas de batalha dignas de um livro de acção, em volta de fortes personagens masculinos.
Rating: 5/5
Opinião: Para quem habitualmente vê televisão, sabe que há uns anos passou na SIC uma série brasileira baseada na obra de Leticia Wierzchowski, que retratava a época da revolta farroupilha do Rio Grande do Sul. Fundada uma República à revelia do império do Brasil, por um grupo de visionários que ainda assim não tencionavam levá-la tão longe, deu-se origem a um caos que perdurou durante 10 longos anos, onde muitas vidas se perderam e outras tantas ficaram desfeitas.
Nessa altura foi editada pela Ambar uma tiragem do livro (que já não se vende praticamente em lado nenhum) e apesar de não conseguir ter acesso ao livro, encontrei um exemplar na biblioteca da minha área de residência.
Quem viu a série e quiser ler o livro, deverá saber que a versão impressa é diferente, e com muito menos ênfase nos conflitos bélicos do que a série. Naturalmente, e como sabem, esta é essencialmente a estória de sete mulheres que se vêem fechadas ou refugiadas numa estância para se protegerem de uma guerra que podendo não ser sua, passou a sê-lo a partir do momento em que maridos, filhos, tios, sobrinhos e primos passaram a dar a cara por uma causa que lhes era nobre. As suas angústias estão patentes em cada página, mas também as paixões, os sonhos e desejos, as superstições e os anseios. Cada uma das mulheres retractadas tem um quadro particular bem definido, intenso, vivido e extremamente interessante. Cada uma analisa a sua estadia longe dos que amam de uma diferente forma, sabendo vencer as adversidades à sua maneira.
Sete mulheres juntas, a viverem isoladas numa casa à espera de notícias que podem não ser as melhores durante 10 longos anos, com as emoções aflitas e os sentimentos ao rubro, os anseios de nunca mais se reunirem novamente aos entes queridos, permite recriar um mosaico de vivências, de desentendimentos, de dramas que reforçarão a personalidade vincada de cada uma, que passa a ser identificada facilmente em cada página.
Sendo um livro com um ponto de vista bastante feminino, com formas de expressão e apresentação de sentimentos muito adequadas à época, naturalmente que por vezes se tende para o dramatismo exagerado, especialmente quando a análise das parcas cartas que encontravam o seu destino até à Estância da Barra e à Estância do Brejo.
Outro dos pontos fortes deste livro, tão incrivelmente bem escrito, é exactamente a riqueza linguística: as gírias, os vocábulos de época, as expressões contraídas, a mescla de expressões do Brasil do séc. XIX com os países hispânicos vizinhos.
É um livro que vale mesmo a pena, e tem o selo de recomendação do Encruzilhadas Literárias.
Nessa altura foi editada pela Ambar uma tiragem do livro (que já não se vende praticamente em lado nenhum) e apesar de não conseguir ter acesso ao livro, encontrei um exemplar na biblioteca da minha área de residência.
Quem viu a série e quiser ler o livro, deverá saber que a versão impressa é diferente, e com muito menos ênfase nos conflitos bélicos do que a série. Naturalmente, e como sabem, esta é essencialmente a estória de sete mulheres que se vêem fechadas ou refugiadas numa estância para se protegerem de uma guerra que podendo não ser sua, passou a sê-lo a partir do momento em que maridos, filhos, tios, sobrinhos e primos passaram a dar a cara por uma causa que lhes era nobre. As suas angústias estão patentes em cada página, mas também as paixões, os sonhos e desejos, as superstições e os anseios. Cada uma das mulheres retractadas tem um quadro particular bem definido, intenso, vivido e extremamente interessante. Cada uma analisa a sua estadia longe dos que amam de uma diferente forma, sabendo vencer as adversidades à sua maneira.
Sete mulheres juntas, a viverem isoladas numa casa à espera de notícias que podem não ser as melhores durante 10 longos anos, com as emoções aflitas e os sentimentos ao rubro, os anseios de nunca mais se reunirem novamente aos entes queridos, permite recriar um mosaico de vivências, de desentendimentos, de dramas que reforçarão a personalidade vincada de cada uma, que passa a ser identificada facilmente em cada página.
Sendo um livro com um ponto de vista bastante feminino, com formas de expressão e apresentação de sentimentos muito adequadas à época, naturalmente que por vezes se tende para o dramatismo exagerado, especialmente quando a análise das parcas cartas que encontravam o seu destino até à Estância da Barra e à Estância do Brejo.
Outro dos pontos fortes deste livro, tão incrivelmente bem escrito, é exactamente a riqueza linguística: as gírias, os vocábulos de época, as expressões contraídas, a mescla de expressões do Brasil do séc. XIX com os países hispânicos vizinhos.
É um livro que vale mesmo a pena, e tem o selo de recomendação do Encruzilhadas Literárias.
Cláudia
Sobre a autora:
Maratonista de bibliotecas e bookcrossing, a Cláudia ainda consegue estudar e fazer o seu mestrado enquanto lê nos transportes públicos. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado é tão fácil encontrá-la numa biblioteca como na Rota Jovem em Cascais. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.
Tenho um exemplar deste livro há alguns anos e partilho inteiramente da opinião aqui transmitida. Gostei muito da série da Globo, mas um livro é sempre um livro, principalmente quando tão brilhantemente escrito.
ResponderEliminarQue sorte Inês! Quero um para mim, mas parece-me que ou vou resgatá-lo ao Brasil, ou terei de pedinchar junto de amigos :)
ResponderEliminarNão vejo telenovelas, mas adoro livros históricos. Iria gostar desse, certamente. Bom ano.
ResponderEliminarEsta foi mais uma mini série de 40 episódios Helena, mas valeu bem a pena. Procura o livro na biblioteca da tua área de residência. Pode ser que tenham e possas lê-lo :)
ResponderEliminarBom dia, estou há imenso tempo à procura desta obra! Já procurei em tudo quanto é sítio mas em vão. Vou seguir o seu conselho e procurar numa biblioteca perto de mim. Uma pergunta, a edição da ambar está em português de Portugal, ou não existe nenhuma diferença da edição da ambar para a edição do Brasil? É que se assim for, torna-se mais fácil arranjar o livro (aqui pela net). Gostei bastante de ler a sua opinião, fiquei ainda com mais vontade de ler o livro e rever a minisérie (que por sinal também é dificil de encontrar).
ResponderEliminarJá agora, se souber de alguém que tenha um exemplar e o queira vender, poderia-me informar? Entretanto irei procurar numa biblioteca :).
Obrigado