Um Caso Perdido
de Colleen Hoover
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 352
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 352
Editora: TopSeller
Resumo: Preferia saber a verdade, ainda que isso fizesse de si um caso perdido, ou continuar a viver uma mentira?
Quando Sky conhece Dean Holder
no liceu, um rapaz com uma reputação tão duvidosa quanto a dela,
sente-se aterrorizada, mas também cativada. Há algo naquela figura que
lhe traz memórias do seu passado mais profundo e perturbador. Um passado
que ela tentou por tudo enterrar dentro da sua mente.
Ainda que Sky esteja determinada a afastar-se de Holder, a perseguição cerrada que ele lhe dedica, bem como o seu sorriso enigmático, fazem-na baixar as defesas, e a intensidade da relação entre os dois cresce a cada dia. Mas o misterioso Holder também guarda os seus segredos, e, quando os revela a Sky, ela vê-se confrontada com uma verdade tão terrível que pode mudá-la para sempre. Será Sky
quem ela pensa que é? E será que os dois conseguirão sarar as suas
feridas emocionais e encontrar um modo de viver e amar sem limites?
Um Caso Perdido (Hopeless) é um romance intenso que o irá comover e arrebatar, ao mesmo tempo que o fará recordar o seu primeiro amor.
CRÍTICAS
«Colleen Hoover é uma das vozes mais vigorosas da ficção para jovens adultos.» - Kirkus Reviews«De vez em quando aparece um livro assim, que nos corta a respiração.» - USA Today
Opinião: Esta é capaz de ser uma das opiniões sobre as quais mais reflecti antes de escrevê-la, e há que elogiar a autora, porque qualquer criativo que nos coloque a pensar no resultado do seu trabalho deve saber que cumpriu com parte do seu proposto: não ser indiferente e deixar marca.
Começo esta opinião por dizer que Colleen Hoover é das autoras mais inteligentes que conheço, e já vos explicarei em diante porquê. Quando comecei a ler este livro senti-me logo inebriada por ele, o que no que respeita a livros, é sempre bom sinal quando nos sentimos agarrados às páginas desde a primeira linha. A autora deixou-me com o nariz arrebitado com o prólogo, e a pensar que se calhar uma sinopse com alguns clichés que estava disposta a ver desafiados numa narrativa e uma capa bonita me tinham levado ao engano.
Mas ao iniciarmos o primeiro capítulo, o enredo soube envolver logo ao início, despertando a atenção para a complexidade da trama que se aproximava e rapidamente nos fazendo esquecer das estranhas páginas iniciais.
Sky é uma rapariga desconectada com o mundo real e que sobrevive numa deliberada marginalização que a molda segundo parâmetros, ideais e definições diferentes dos comuns mortais tidos por adolescentes na sua área de residência. É a perspectiva e a efectivação de uma mudança desejada que darão início à trama, tendo como definição serem a causa e consequência de tudo o que se passará em diante.
É a partir do momento em que a personagem se depara com Holder que toda a estrutura se modifica. Inicialmente não gostei nem da sua personagem nem das interações criadas entre os dois jovens. Soava-me a demasia e por momentos cheguei a pensar que me iriam deparar com uma relação tóxica e até doentia, que me fez torcer-lhe o nariz muitas vezes. Com o avançar do enredo fui-me apercebendo de certas nuances e ainda que não o desculpando, acabei por me afeiçoar a uma faceta dele que julgo ser a "verdadeira" em detrimento do cenário pintado inicialmente, até porque a continuação da estória em nada indica que a sua personalidade estava moldada dessa forma.
Acho que a autora soube criar a empatia certa e uma fórmula correcta, densa e intensa (tal como ela classifica o seu personagem principal), que deixa o leitor fixado no livro e sem capacidade de o pousar.
Por esse mesmo motivo até me soube bem que por questões profissionais tivesse de ler (e digerir) a segunda metade do livro às prestações. E esse ritmo mais regrado deu-me uma nova perspectiva sobre o mesmo. Colleen criou mesmo um enredo intenso, é uma natural manipuladora de emoções e fá-lo bem. A disposição de apresentação de personagens, tramas, momentos altos e climax são conduzidos de forma perfeita para que a atenção se desvie de algumas falhas de construção narrativa, da ausência de conteúdo fora casal principal e das histórias de vida que os assistem e da inevitável pouca exploração da construção do mundo envolvente. Mas a forma como o faz é tão cuidada e reforçada ao pormenor que só um olhar mais externo detecta esses pormenores e que no fim, acabam por nem fazer falta ao desenrolar da acção.
Gostava de ter visto mais sobre a Sky singular, sem conexão com qualquer outra personagem, assim como sobre a vida escolar ou sobre os seus dois amigos. Gostava também que a relação com a mãe tivesse tido maior destaque que não nos momentos finais, de forma a compreender uma série de pormenores que deixarei por debater com quem já tiver lido o livro e tiver interesse em debatê-lo.
Gostava também de compreender melhor a dinâmica familiar do Holder (mas pelo que sei existe um livro escrito sobre a sua óptica, o que poderá ser a resposta para estas questões pendentes) e de reconhecer mais o intermédio entre o passado distante analisado e o presente.
Ainda assim, a autora faz-nos gostar do livro, torcer pelas suas personagens e levá-lo connosco na mente durante toda a sua leitura. Gostei muito, foi uma experiência interessante apesar de tudo e a verdade é que mesmo dissecando o livro racionalmente, a interpretação emocional prevaleceu.
Boa Colleen!!
Começo esta opinião por dizer que Colleen Hoover é das autoras mais inteligentes que conheço, e já vos explicarei em diante porquê. Quando comecei a ler este livro senti-me logo inebriada por ele, o que no que respeita a livros, é sempre bom sinal quando nos sentimos agarrados às páginas desde a primeira linha. A autora deixou-me com o nariz arrebitado com o prólogo, e a pensar que se calhar uma sinopse com alguns clichés que estava disposta a ver desafiados numa narrativa e uma capa bonita me tinham levado ao engano.
Mas ao iniciarmos o primeiro capítulo, o enredo soube envolver logo ao início, despertando a atenção para a complexidade da trama que se aproximava e rapidamente nos fazendo esquecer das estranhas páginas iniciais.
Sky é uma rapariga desconectada com o mundo real e que sobrevive numa deliberada marginalização que a molda segundo parâmetros, ideais e definições diferentes dos comuns mortais tidos por adolescentes na sua área de residência. É a perspectiva e a efectivação de uma mudança desejada que darão início à trama, tendo como definição serem a causa e consequência de tudo o que se passará em diante.
É a partir do momento em que a personagem se depara com Holder que toda a estrutura se modifica. Inicialmente não gostei nem da sua personagem nem das interações criadas entre os dois jovens. Soava-me a demasia e por momentos cheguei a pensar que me iriam deparar com uma relação tóxica e até doentia, que me fez torcer-lhe o nariz muitas vezes. Com o avançar do enredo fui-me apercebendo de certas nuances e ainda que não o desculpando, acabei por me afeiçoar a uma faceta dele que julgo ser a "verdadeira" em detrimento do cenário pintado inicialmente, até porque a continuação da estória em nada indica que a sua personalidade estava moldada dessa forma.
Acho que a autora soube criar a empatia certa e uma fórmula correcta, densa e intensa (tal como ela classifica o seu personagem principal), que deixa o leitor fixado no livro e sem capacidade de o pousar.
Por esse mesmo motivo até me soube bem que por questões profissionais tivesse de ler (e digerir) a segunda metade do livro às prestações. E esse ritmo mais regrado deu-me uma nova perspectiva sobre o mesmo. Colleen criou mesmo um enredo intenso, é uma natural manipuladora de emoções e fá-lo bem. A disposição de apresentação de personagens, tramas, momentos altos e climax são conduzidos de forma perfeita para que a atenção se desvie de algumas falhas de construção narrativa, da ausência de conteúdo fora casal principal e das histórias de vida que os assistem e da inevitável pouca exploração da construção do mundo envolvente. Mas a forma como o faz é tão cuidada e reforçada ao pormenor que só um olhar mais externo detecta esses pormenores e que no fim, acabam por nem fazer falta ao desenrolar da acção.
Gostava de ter visto mais sobre a Sky singular, sem conexão com qualquer outra personagem, assim como sobre a vida escolar ou sobre os seus dois amigos. Gostava também que a relação com a mãe tivesse tido maior destaque que não nos momentos finais, de forma a compreender uma série de pormenores que deixarei por debater com quem já tiver lido o livro e tiver interesse em debatê-lo.
Gostava também de compreender melhor a dinâmica familiar do Holder (mas pelo que sei existe um livro escrito sobre a sua óptica, o que poderá ser a resposta para estas questões pendentes) e de reconhecer mais o intermédio entre o passado distante analisado e o presente.
Ainda assim, a autora faz-nos gostar do livro, torcer pelas suas personagens e levá-lo connosco na mente durante toda a sua leitura. Gostei muito, foi uma experiência interessante apesar de tudo e a verdade é que mesmo dissecando o livro racionalmente, a interpretação emocional prevaleceu.
Boa Colleen!!
Cláudia
Sobre a autora:
Maratonista de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.
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