A Arte Subtil de Saber Dizer Que Se F*da
de Mark Manson
Edição/reimpressão: 2018
Páginas: 208
Páginas: 208
Editor: Desassossego
Sinopse:
Uma abordagem que nos desafia os instintos e nos força a questionar tudo o que sabemos sobre a vida
Durante décadas convenceram-nos de que o pensamento positivo era a chave para uma vida rica e feliz. Mas esses dias chegaram ao fim. Que se f*da o pensamento positivo! Mark Manson acredita que a sociedade está contaminada por grandes doses de treta e de expectativas ilusórias em relação a nós próprios e ao mundo.
Recorrendo a um estilo brutalmente honesto, Manson mostra-nos que o caminho para melhorar a nossa vida requer aprender a lidar com a adversidade. Aconselha-nos a conhecer os nossos limites e a aceitá-los, pois no momento em que reconhecemos os nossos receios, falhas e incertezas, podemos começar a enfrentar as verdades dolorosas e a focar-nos no que realmente importa.
Recheado de humor e experiências de vida, A Arte Subtil De Saber Dizer Que Se F*da é o soco no estômago que as novas gerações precisam para não se perderem num mundo cada vez mais fútil.
Durante décadas convenceram-nos de que o pensamento positivo era a chave para uma vida rica e feliz. Mas esses dias chegaram ao fim. Que se f*da o pensamento positivo! Mark Manson acredita que a sociedade está contaminada por grandes doses de treta e de expectativas ilusórias em relação a nós próprios e ao mundo.
Recorrendo a um estilo brutalmente honesto, Manson mostra-nos que o caminho para melhorar a nossa vida requer aprender a lidar com a adversidade. Aconselha-nos a conhecer os nossos limites e a aceitá-los, pois no momento em que reconhecemos os nossos receios, falhas e incertezas, podemos começar a enfrentar as verdades dolorosas e a focar-nos no que realmente importa.
Recheado de humor e experiências de vida, A Arte Subtil De Saber Dizer Que Se F*da é o soco no estômago que as novas gerações precisam para não se perderem num mundo cada vez mais fútil.
Rating: 3/5
Comentário: Quem já nos acompanha há uns tempos, sabe que não tenho por hábito ler livros de auto-ajuda e/ou desenvolvimento pessoal; mas este título sobressaiu no meio das novidades editoriais do início do ano e achei que era uma lufada de ar fresco necessária no que tocava ao meu panorama de leituras.De qualquer forma, não acho que este livro de Mark Manson se encaixe verdadeiramente em nenhuma destes géneros. Isto porque o autor nos apresenta, acima de tudo, o que é a sua visão do mundo e o que fazer para enfrentá-lo, visão essa que advém (embora o mesmo se tenha especializado no assunto através do ganho de competências ao longo dos anos a escrever colunas sobre a temática) de uma base empírica, e que como tal, pouco ou nenhum fundamento científico tem. Mas também sou apologista que na maioria dos casos, não são os estudos ou as intervenções científicas que se adaptam melhor às nossas necessidades do dia a dia, mas os mecanismos de resposta que vamos adquirindo através da experiência e das coisas que nos correm melhor ou pior. Dito isto, é a partir deste pressuposto que o autor nos apresenta um conjunto de acções/ projecções de vida por si adquiridas e que, fazendo-lhe sentido e tendo-lhe trazido um maior nível de bem-estar, este decide partilhá-lhas connosco.
Não há como começar a escrever sobre elas sem referir o título. Quando o vi em português, quis ir descobrir o original (já que sabemos que as traduções nunca são fáceis, especialmente pela impossibilidade literal de comportar os mesmos significados e intenções para um público socio- culturalmente diferente). A aproximação entre ambos está deliciosa, embora no fundo não compreenda o alcance que o autor lhe quis transmitir. Se a expressão "que se f*da" se prende mais com a intenção de embora pesando as consequências e as responsabilidades dos nossos pensamentos e acções, decidimos avançar, pensando que logo se vê no que é que vai dar (e mandando-as para trás das costas), verbalizar um "not giving a f*ck", transmite mais a ideia de que as coisas deixam, efectivamente, de ter importância (isto, claro, no meu entender). Ainda assim, ambos cumprem o propósito de chamar a atenção do leitor para a necessidade de equacionar o que é que anda a fazer e quanto tempo perde preocupado com coisas que, a acontecer, não merecem o tempo que lhes dispensamos.
Compreendendo o que é que os críticos indicam como uma abordagem contra intuitiva, os princípios com os quais o autor se rege não me eram desconhecidos (alguns até os coloco em prática, na minha medida) e portanto não posso dizer que contenham o factor "uau" que poderá ter para muitas outras pessoas. Ainda assim, não posso negar que foi um prazer encontrar outro semelhante naquelas páginas porque, como o autor enuncia a determinada altura, não somos assim tão especiais nem diferentes uns dos outros.
É um livro que cria uma abordagem crítica ao egocentrismo e antropocentrismo que rege a maioria das sociedades (especialmente as ocidentais, sendo as que o autor naturalmente conhece mais de perto), e que esparrama as suas fragilidades diante dos olhos do leitor. Mas também reforça com contra indicativos formatos para contrariar as ratoeiras por elas criadas.
Podendo ser ligeiramente provocador a determinadas alturas, reconheço que Mark Manson sofre de um dos mal por si enunciados, já que contrariando o que disse anteriormente, o seu posicionamento quando nos apresenta quais os mecanismos ditos contra intuitivos, é precisamente numa lógica dourada, como se a sua metodologia fosse A certa e devesse ser adoptada por todos, não fosse verdade que ao não o fazerem, a responsabilidade dos seus problemas será somente sua.
Falando em responsabilidade, um dos capítulos que achei mais interessantes passa precisamente pela relação dinâmica entre culpa e responsabilidade, segundo uma abordagem que já pratico no meu dia a dia, embora considere algo perigosa pela aura de plenitude que o autor transmite. A título de exemplo, ele relata um caso de um pai que perdeu um filho e refuta a sua teoria. Diz ter-se sentido inicialmente culpado, mas que no fundo depois de ponderar o assunto considera estar correcto. No meu entender, esta análise a todos os níveis e esferas da nossa vida pode desenvolver outros sentimentos de culpa e inadaptabilidade, precisamente porque acontecimentos mais trágicos nem sempre nos permitem reagir segundo um plano de acção e que não acho, de todo, que alguém se deva culpar e responsabilizar por isso (Leiam o livro e venham discutir esta teoria comigo mais tarde!).
O segundo capítulo que mais ocupou a minha atenção tratou das relações tóxicas e de dependência, e neste caso acho que o autor acertar na mouche.
No fundo, não concordando na totalidade com as várias indicações transmitidas pelo autor, considero que "A Arte Subtil de Saber Dizer Que se F*da" não deixa de ser uma lufada de ar fresco e de remexer algumas mentes que nunca se tenham debruçado sobre as temáticas abordadas pelo autor segundo este prisma. São provocadoras, mas não se imiscuem no universo dos leitores, já que o livro está montado quase que numa lógica de story telling, evidenciando precisamente os desafios sentidos pelo autor ao longo da sua vida, e as respostas que teve de dar para vencer um obstáculo, tornando-as depois mantras para vencer numa vida mais simples e feliz.
Merece ser lido e discutido, já que os posicionamentos enunciados pelo autor pretendem acima de tudo servir como alavancas para o despertar de consciências. E se no final aprendermos todos a dizer "que se f*da" ou "not giving a f*ck" mediante uma série de circunstâncias da nova vida, o livro cumprirá o seu propósito.
Cláudia
Sobre a autora:
Maratonista
de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o
Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do
voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.
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