Por Treze Razões
de Jay Asher
de Jay Asher
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 308
Editor: Editorial Presença
Resumo:
Resumo:
Naquele dia quando Clay regressou da escola, encontrou à porta de casa
uma estranha encomenda com o seu nome escrito, mas sem remetente. Ao
abri-la descobre que, dentro de uma caixa de sapatos, alguém colocara
sete cassetes áudio, com os lados numerados de um a treze. Graças a um
velho leitor de cassetes Clay prepara-se para ouvi-las quando é
sobressaltado pela voz de Hannah Baker de dezasseis anos, que se
suicidara recentemente e por quem ele estivera apaixonado. Na gravação,
Hannah explica os seus treze motivos para pôr fim à vida, que a cada um
deles correspondia uma pessoa e que todas elas iriam descobrir na
gravação o seu contributo pessoal para aquele trágico desfecho.
Rating: 3,5/5
Comentário:
Apanhei este livro por acaso no GR e achei que talvez fosse interessante ler e comentá-lo tendo em conta que os últimos dois livros que comentamos tinham como tema a morte. Assim sendo mantemos uma linha de tema que espero que quebremos por uns tempos, pegando em livros um pouco mais alegres.
"Por treze razões" tocam-nos de várias maneiras, fala-nos das nossas inseguranças, fala-nos de bullying, fala-nos de um desespero total e de como pequenas acções nos podem quebrar ao ponto de não deixarmos que ninguém nos conserte. É um livro que beneficiaria imensamente de vir com as "K-7" actualmente na versão cd ou mp3 para download no site, porque ouvir a voz de Hannah Baker e ler o livro seria uma experiência 'assombrante' que ficaria sem dúvida com o leitor muito tempo após o mesmo ter lido o livro.
Mesmo assim devo dizer que para o fim me chateei com a Hannah e concordo com o Clay quando ele diz que ela já só estava à procura de tornar o mundo dela ainda mais escuro, ter mais uma razão para se matar. Não digo que o que ela não tenha podido controlar seja culpa dela, óbvio que não foi, há coisas que ela fez sem saber que também não foram culpa dela, apenas se tornaram fardos imensamente pesados que ela podia ter aprendido a carregar, mas perto do fim a Hannah escolheu isolar-se e deixar-se a afogar, ela deixou de lutar.
Não sei se era essa a intenção de Jay Asher, se ele queria mostrar que a determinada altura quando as pessoas desistem delas mesmas não há nada que possamos fazer, mas foi o que conseguiu. A determinada altura o jogo podia ter virado na vida de Hannah e ela poderia ter ganho o seu quinhão de felicidade se arriscasse, no entanto, é difícil arriscar quando já se teve o coração partido uma e outra vez, por namorados, amigos e colegas de turma. Quando todo o mundo se vira contra nós e uma única pessoa nos estende a mão temos tendência a duvidar da sua sinceridade, é normal, é compreensível.
Creio que esta faceta do livro acaba por dar veracidade à personagem de Hannah, ouvimos-la e entendemos o seu sofrimento, ouvimos-la e perguntamos "se fosse eu, teria coragem de continuar?". Mesmo assim, isso afastou-me um pouco da Hannah, porque sou uma pessoa naturalmente esperançosa, que vê sol em dias de chuva, e apesar de não ser bonito 'dizer mal dos mortos', tomo o partido de Clay que muitas vezes ao longo do livro se chateia com Hannah e com as decisões que ela tomou. Mas a escolha de Hannah estava feita e ela acabou por se matar.
Os adultos parecem concordar com a frase que diz que todos os adolescentes se acham imortais, que há uma certa idade na qual é impossível morrer, uma idade na qual ninguém acredita nisso e depois as pessoas crescem, envelhecem e apercebem-se que não é bem assim. Ás vezes, nem é preciso crescer, basta um acidente na escola para os adolescentes se lembrarem de como a vida é frágil e de como eles não tem uma película de protecção. Livros como este tocam esta película e fazem pensar.
Tenho a dizer que gosto bastante desta colecção da Editorial Presença chamada Noites Claras e acho que o livro se enquadra perfeitamente na mesma, ao lado de "Se Eu Ficar" e "O Outro Lado". Tenho pena, no entanto, que o livro "Antes de Vos Deixar" de Lauren Oliver, em breve a ser comentado aqui no Encruzilhadas, não tenha sido incluído nesta colecção, creio que tem um tema semelhante e que se enquadra no estilo da colecção.
Apesar de não fazer parte do PNL, como "Se Eu Ficar", este livro não deixa de ser uma 'chamada de atenção' que nos obriga a repensar as nossas acções. Penso que seria interessante ser integrado no PNL pois trata directamente de um tema que poderia ser discutido com os alunos/filhos/sobrinhos/netos se estes estivessem dispostos a isso com um adulto que os poderia ajudar.
Se ainda não leram "Por Treze Razões" aconselho a que o façam, mas atenção, não é um livro para os fracos de espíritos, apesar de já ter lido histórias mais pesadas, creio que esta faz um pouco de ressonância em qualquer pessoa que frequenta ou frequentou o ensino secundário e se sentiu, minimamente, isolada e à beira do abismo.
Mesmo assim devo dizer que para o fim me chateei com a Hannah e concordo com o Clay quando ele diz que ela já só estava à procura de tornar o mundo dela ainda mais escuro, ter mais uma razão para se matar. Não digo que o que ela não tenha podido controlar seja culpa dela, óbvio que não foi, há coisas que ela fez sem saber que também não foram culpa dela, apenas se tornaram fardos imensamente pesados que ela podia ter aprendido a carregar, mas perto do fim a Hannah escolheu isolar-se e deixar-se a afogar, ela deixou de lutar.
Não sei se era essa a intenção de Jay Asher, se ele queria mostrar que a determinada altura quando as pessoas desistem delas mesmas não há nada que possamos fazer, mas foi o que conseguiu. A determinada altura o jogo podia ter virado na vida de Hannah e ela poderia ter ganho o seu quinhão de felicidade se arriscasse, no entanto, é difícil arriscar quando já se teve o coração partido uma e outra vez, por namorados, amigos e colegas de turma. Quando todo o mundo se vira contra nós e uma única pessoa nos estende a mão temos tendência a duvidar da sua sinceridade, é normal, é compreensível.
Creio que esta faceta do livro acaba por dar veracidade à personagem de Hannah, ouvimos-la e entendemos o seu sofrimento, ouvimos-la e perguntamos "se fosse eu, teria coragem de continuar?". Mesmo assim, isso afastou-me um pouco da Hannah, porque sou uma pessoa naturalmente esperançosa, que vê sol em dias de chuva, e apesar de não ser bonito 'dizer mal dos mortos', tomo o partido de Clay que muitas vezes ao longo do livro se chateia com Hannah e com as decisões que ela tomou. Mas a escolha de Hannah estava feita e ela acabou por se matar.
Os adultos parecem concordar com a frase que diz que todos os adolescentes se acham imortais, que há uma certa idade na qual é impossível morrer, uma idade na qual ninguém acredita nisso e depois as pessoas crescem, envelhecem e apercebem-se que não é bem assim. Ás vezes, nem é preciso crescer, basta um acidente na escola para os adolescentes se lembrarem de como a vida é frágil e de como eles não tem uma película de protecção. Livros como este tocam esta película e fazem pensar.
Tenho a dizer que gosto bastante desta colecção da Editorial Presença chamada Noites Claras e acho que o livro se enquadra perfeitamente na mesma, ao lado de "Se Eu Ficar" e "O Outro Lado". Tenho pena, no entanto, que o livro "Antes de Vos Deixar" de Lauren Oliver, em breve a ser comentado aqui no Encruzilhadas, não tenha sido incluído nesta colecção, creio que tem um tema semelhante e que se enquadra no estilo da colecção.
Apesar de não fazer parte do PNL, como "Se Eu Ficar", este livro não deixa de ser uma 'chamada de atenção' que nos obriga a repensar as nossas acções. Penso que seria interessante ser integrado no PNL pois trata directamente de um tema que poderia ser discutido com os alunos/filhos/sobrinhos/netos se estes estivessem dispostos a isso com um adulto que os poderia ajudar.
Se ainda não leram "Por Treze Razões" aconselho a que o façam, mas atenção, não é um livro para os fracos de espíritos, apesar de já ter lido histórias mais pesadas, creio que esta faz um pouco de ressonância em qualquer pessoa que frequenta ou frequentou o ensino secundário e se sentiu, minimamente, isolada e à beira do abismo.
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