Lavinia por Ursula Le Guin
Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 248
Editor: Editorial Presença
"Ela escolheu o seu homem e o seu destino.
O preço que pagou foi a guerra."
Resumo:
Como leitora da Eneida, de Virgílio, Ursula Le Guin escolheu esta figura silenciosa, a segunda mulher de Eneias, para protagonizar este romance que é a sua homenagem à epopeia que Virgílio. Lavínia passa a narradora deste romance, contando-nos a sua infância e juventude idílicas num mundo pré-helénico e pré-romano, cheio dos ritmos e dos ritos que o sagravam, fala-nos dos homens que a cortejaram até que Eneias chegasse e, como em Tróia por Helena, uma guerra começasse, por ela. Um romance de uma rara qualidade poética que tem tanto de histórico como de mítico
Rating: 5/5
Comentário:
Confesso que temia ler algo semelhante ao "Presságio de Fogo" da Marion Zimmer Bradley, livro que devo confessar me traumatizou devido às suas descrições realistas de guerras e violações, não me levem a mal, o livro é excelente, eu é que não suporto ler cenas do género. Aliás, após anos a ler "Ulisses" e "Penélope, a esposa paciente" e tudo o mais, foi refrescante ver a guerra de Tróia do ponto de vista dos troianos. Mas devo dizer que, apesar de saber o fim, houve alturas em que torci pelos troianos, especialmente por Cassandra, filha do rei de Tróia, abençoada com o dom de ver o futuro, amaldiçoada com o jamais ser levada a sério.
Mas Lavinia foi mais longe, Lavinia leva-nos a ver a sua vida pelos seus olhos. Houve alturas em que quase a vi, sentada à minha frente, a falar comigo, a falar-me dela. Nas suas palavras, "o meu poeta Vírgilo, só me deu nome e eu tive de preencher o resto com o meu ser". E que ser maravilhoso é Lavínia, filha, esposa e mãe de Reis. Amei o livro profundamente e creio que é uma daquelas obras que ou amamos ou odiamos, não me parece que haja meio termo.
Se o puderem ler, façam-no!
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