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O Poder da Representação



Por aqui somos pessoas de tertúlias e o que mais gosto é quando os media apanham temas que já andamos a discutir há um certo tempo ou quando encontramos outras pessoas que partilham as nossas opiniões.
O tema que quero discutir hoje é um tema que desde sempre me fascinou e que se chama representação. Representação é quando ao pegarmos num livro (ou ao vermos um filme) as personagens representadas retratam mais ou menos a realidade do nosso mundo. 
O que quero dizer com isto, e lá ao longe o Consultor Literario revira os olhos, é e pegando no exemplo do Star Wars, saga que adoro: Alguém já reparou que só existem, pelo menos parece e ao longo dos seis filmes, 3/4 mulheres em toda a Galaxia, (ah e são todas relacionadas). Falo da Princesa Padme, a Princesa Leia e a mãe e tia de Anakin. Ora isto é um pouco estranho porque eu acredito que para existirem todos aqueles homens na saga do Star Wars alguém teve que os dar à luz logo eu sei que existem mulheres naquele universo, a pergunta fica no ar no entanto, por onde andam elas? (E não falo daquelas que passam discretamente em pano de fundo, falo de personagens activas que falem e façam parte do enredo). 
Representação é o que acontece na saga épica de GRRMartin onde aparecem pessoas de várias raças e sexualidades , o que por vezes leva a perguntas ridículas nas entrevistas e as quais ele responde a letra. (Cito este exemplo)
Mas, perguntam vocês Encruzilhados, porque é que a representação é importante? Será que se todos sabemos que um livro/filme com mais homens vende que não se deveria apostar nisso? A minha resposta é simples, a representação é importante porque ajuda as pessoas a sentirem-se incluídas. Principalmente às crianças que quando lêem histórias com protagonistas que são seus semelhantes sentem que são heróis/heroínas e que as suas historias merecem ser contadas. Um exemplo de falta de representação que achei curioso veio de uma escritora nigeriana que quando começou a escrever escrevia sobre meninos brancos em colégios internos, que saiam para tomar picnics em prados verdes e comiam sandes de pepino.  Porquê? Porque era sobre isso que ela lia apesar de não ter um único vizinho branco e todas as suas historias se passarem na Nigéria onde não há uma abundância de prados verdes e onde ninguém come sandes de pepino. Então porque escrevia ela sobre isso? Porque a escritora nunca tinha lido um livro sobre pessoas como ela, na sua mente de criança formou-se a ligação de que as únicas histórias que valia a pena contar eram as dos meninos brancos.
Diversidade nos livros infantis e no YA significa que crianças por todo o mundo poderão encontrar personagens da sua raça, sexo, sexualidade ou incapacidades na literatura e que de um certo modo na sua mente se criará a imagem de que as suas histórias também merecem ser contadas.
Esta é a premissa que está a tentar tomar o mundo de assalto dias 1,2 e 3 de Maio e que já esta a dar que falar nas trend hashtags do Twiiter. 
Para lerem mais sobre esta campanha sigam para o tumblr dos mesmos clicando aqui.
E vocês Encruzilhados, que pensam deste tema? Conhecem livros em que personagens tenham características semelhantes às vossas e se não gostariam de encontrar?


Ki
(Catarina)
Sobre a autora:

Bibliófila assumida e escritora de domingo. Gosta de livros e tudo o que esteja relacionado com eles, tem a mania que tem opiniões sobre coisas e gosta de as expor no seu blog conjunto Encruzilhadas Literárias, tem também uma conta no GoodReads e é das melhores coisas que já lhe aconteceu.

Comentários

  1. É quase o mesmo que só ter personagens louras de olhos azuis quando no nossos país somos, na maioria, de cabelos e olhos castanhos.

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