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Inês, de Maria João Fialho Gouveia



Inês
de Maria João Fialho Gouveia
 
Edição/reimpressão: 2016
Páginas: 416
Editor: Topseller
  




Sinopse: 
Esta é a história de Inês de Castro, a bela aia galega que arrebatou o coração do príncipe D. Pedro, futuro rei de Portugal. Bisneta ilegítima do rei D. Sancho IV de Castela, chegara a Portugal no séquito de Dona Constança, futura mulher do príncipe, que viu o coração do noivo incendiado pela sua própria dama de companhia. Perdidamente apaixonado, o casal viveu um amor proibido, até que, após a morte de Dona Constança, passou a partilhar o mesmo tecto.
Dando largas à paixão que por tanto tempo haviam escondido, Pedro e Inês viveram dias idílicos, de paço em paço, até se instalarem em Coimbra, já casados e com três filhos.
Esta ligação desagradou ao rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro. As intrigas políticas com que os conselheiros reais o sobressaltavam, alegando que os irmãos de Inês alimentavam pretensões à coroa portuguesa, contribuíram para que o rei não descansasse enquanto não libertasse, da forma mais trágica e terrível, o filho da influência da bela galega.
O amor de Pedro e Inês foi maior do que a vida, sendo  outrora, como hoje, o símbolo da paixão em Portugal. Primeiras páginas aqui.
Rating: 3/5
Comentário: A história de Pedro e Inês, que se confunde entre História e Mito, sonho e tragédia factual, há muito que fascina toda uma nação. Se o que é destacado quase que por obrigação é o grande amor (algo doentio, diriam alguns), a dor egoísta e a desfaçatez da vingança imputada por D. Pedro, já enquanto rei, aos que não aceitaram D. Inês, em vida, a verdade é que esta história de amor foi também (e essencialmente) política.
Engane-se quem achar que estamos a lidar com um rei desagradado per si, e julguem alguém toda uma cadeia de interesses e especulações que saía muito do âmbito do país e das fronteiras tão arduamente defendidas por D. Dinis, avô de D. Pedro I. A verdade, é que o real conhecimento deste acontecimento infame exige conhecer as trocas e guerrilhas políticas ocorridas na Península Ibérica até duas gerações antecedentes, de forma a compreender a intrincada e frágil dança efectuada entre os reinos de Portugal, Castela e Aragão.
No entanto, resumir esta história ao jogo político é retirar poder e personificação a um amor, forte como os poucos que ficam registados na História. É principalmente inibir a análise da fuga à regra, do amor que não foi só político, pelo menos aos olhos de D. Pedro I. E embora toda a gente fale de Inês (do poder sedutor, da família ambiciosa, da intromissão na vida do príncipe herdeiro), ninguém fala realmente sobre ela. Esta foi a proposta de Maria João Fialho Gouveia quando nos trouxe mais uma abordagem romanceada a um período histórico visitado pela mão de uma das mulheres com maior destaque nos anais da História de Portugal (independentemente de ter ou não feito algo para isso).
Este livro começa precisamente pela apresentação de uma árvore genealógica, sem a qual também a narrativa pudesse ser mais confusa. E a narrativa pretende também acompanhar um processo evolutivo ao colocar Inês inicialmente desde jovem sob o olhar do leitor. A ideia é precisamente humanizar esta personagem e torná-la mais real e palpável para quem pretende conhecê-la.
Apesar de já não estar habituada aos diálogos exemplificados em registo dito histórico, e por esse motivo me ter custado a entrar na leitura, retirei prazer da narrativa  e foi uma oportunidade de mergulhar num outro tempo e retirar pormenores (que ainda desconhecia) para o meu leque de aprendizagens. Julgo que ninguém fará indiferente a esta jovem, que de um percurso tranquilo e límpido, foi arrastada para um furacão de desavenças, inveja, tragédia e superação.
 
Cláudia
Sobre a autora:
 
Maratonista de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.

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