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Opinião: A Ilha das Quatro Estações, de Marta Coelho



A Ilha das Quatro Estações
de  Marta Coelho
 
Edição/reimpressão: 2017
Páginas: 424
Editor: Clube do Autor
  




Sinopse: 
Aqui não são permitidos telemóveis, computadores nem tablets. Só te resta viver. Onde todos os sonhos são possíveis.
Este é o livro com que todos os jovens se conseguem identificar, uma história atual e relevante sobre os receios, as paixões, as fragilidades e a força de quatro jovens à procura de um novo rumo.
Cat sentia-se sem rumo e não queria ver ninguém.
Tiago só desejava poder voltar a viver como antes.
Misha isolara-se do mundo à sua volta.
Rute precisava de vencer uma batalha muito dolorosa.
Os seus caminhos cruzam-se na ilha e, juntos, preparam-se para enfrentar os seus demónios pessoais. Mas há quem tenha outros planos para eles… Será que a tua vida pode mudar quando tudo parece correr mal?


Rating: 2,75/5
Comentário: "A Ilha das Quatro Estações" foi lido durante o verão, em plena época de praia e calor, como a capa do livro aludia. Esta sinopse prometia, especialmente porque criava uma aura de mistério, um livro de acção, descoberta, e muitos segredos para ser desvendados.
O que me seduziu foi o contexto e ambiente do livro. A ilha isolada, como "centro de recolha" de adolescentes com vidas ou passados problemáticos, a proibição de contacto com o mundo exterior, o desafio de serem colocados à prova perante os seus temores individuais... Passada a leitura, esta ilha continua a parecer-me interessante, mas muito pouco explorada. O facto de turistas circularem pelo mesmo espaço dos jovens e de não se aprofundar o funcionamento do programa e a assimilação da presença de dois públicos separados (para além de uma explicação relativamente às tarefas diárias dos participantes) soou-me a pouco.
As personagens são engraçadas, e apreciei o facto de serem abordados temas tão diferentes como a perda, a violência doméstica, a depressão e o stress pós-traumático. Ainda assim, acho que qualquer uma destas valências merecia um maior destaque em detrimento do romance, que acabou por ocupar um espaço excessivo no enredo, pelo menos ao nível da sua representação.
Algumas das relações com as personagens secundárias pareceram-me um pouco inverosímeis, e apesar das interacções daí resultantes contribuírem para o desfecho (que de alguma forma, já esperava mas fiquei satisfeita por ver acontecer) senti-as um pouco montadas sem grande estrutura.
Este grupo de adolescente ganha por não funcionar segundo uma tipologia padrão, com espaço para definirem características individuais e crescerem à medida que as páginas vão avançando, e espera-se que o próximo livro lhes fala jus e ajude a delimitar ainda mais a sua individualidade.
Por fim, não deixa de ser um livro leve e que se lê rapidamente, com potencial de entretenimento. Infelizmente não me senti rendida a 100%, porque procurava algo diferente (isso ou cada vez mais não me encaixo neste discurso adolescente). Ainda assim, julgo que Marta Coelho venha a gastar espaço no género Young-Adult em Portugal e vejo-a a encaixar-se num registo que siga a minha linha da Maria Teresa Maia Gonzalez, embora com uma abordagem mais leve.



 
Cláudia
Sobre a autora:
 
Maratonista de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.

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