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Desafios Literários - Desafio Literário do Pedrinho 2021

Quem me conhece por aqui sabe o quão avessa a desafios literários sou. Gosto da soltura e da liberdade de escolha ao momento e à vontade, e detesto a parametrização de um lazer (como é a leitura), quando tudo o resto já é tão regrado e documentado.

No entanto, por vezes surgem alguns que me despertam a curiosidade hipotética de encontrar soluções para os desafios, pela sua originalidade e escolhas fora da caixa. Foi o que aconteceu com o "Desafio Literário do Pedrinho 2021", de Pedro Henrique Muller. Para além de actor, tem um canal de literatura (porque as suas escolham são essencialmente literárias) com uma curadoria impecável e de enorme versatilidade, que tanto versa sobre filosofia, antropologia, teatro e muitos, muitos romances clássicos. Se ainda não viram nenhuma das suas opiniões, posso dizer-vos que é um espectáculo per si: os livros são dissecados com um olhar clínico e de crítico, mas também de leitor, onde há emoção, teatralidade, sentimento e uma inteligência de análise de se lhe tirar o chapéu. (foto: printscreen do vídeo do Pedro Henrique)

 Dito isto, quando vi as categorias deste desafio (um pouco mais fáceis que as do Livrada, mas completamente originais), propus-me a encontrar livros que encaixassem nas temáticas. É quase certo que não vou cumprir nenhum, mas achei curioso o processo de selecção. Algumas não são fáceis.

1) Livro Cyberpunk - Esta é mesmo para sair da caixa. Não me revejo nos textos de ficção científica nem retiro o devido valor e prazer dessas leituras. Para corresponder a esta categoria fui pesquisar a temática e cheguei a Philip K. Dick. Optei por Sonhos Elétricos, nada me pareceu mais punk. Publicado em 2018 pela Relógio d'Água.

Sonhos Elétricos é a antologia dos dez contos adaptados para uma série de televisão com o mesmo nome.
Desde enredos em que uma mulher suspeita que o seu marido já não é a mesma pessoa desde que regressou de uma viagem ao espaço profundo, a um agente do governo em busca do que está por trás de uma recente onda de «capuzes» ilegais que inibem capacidades telepáticas, estas histórias tratam do que é ser-se humano num mundo em constante mudança.
Estas dez histórias são a base dos episódios de Sonhos Elétricos, a série de televisão do Channel Four e da Sony Pictures Television, que conta com atores como Steve Buscemi, Bryan Cranston, Greg Kinnear, Anna Paquin, Terrence Howard, Timothy Spall e Geraldine Chaplin. Cada conto tem também uma introdução escrita pelos argumentistas ou realizadores responsáveis pela adaptação
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2) Livro escrito na Idade Média - Este foi desafiante. Estou indecisa entre Os Contos da Cantuária de Geoffrey Chaucer, ou fazer uma pequena batota e ler um dos autos de Gil Vicente. Apesar de ser séc. XVI, é mesmo mesmo do início. Acham que se fecharmos os olhos, passa por Idade Média? Por outro lado, há ainda o A Morte de Artur, de Thomas Malory...

A group of pilgrims entertain each other with stories on their way to Canterbury in a poem whose characters, from the Knight to the Wife of Bath, are as vivid as their tales. This new edition of David Wright's acclaimed translation includes a new critical introduction and invaluable notes by a leading Chaucer scholar.

3) Livro sem Protagonistas - Um livro sem protagonistas pode estar aberto a várias interpretações. Ou porque efectivamente não os tem (acho difícil encontrar um romance que não possua esta figura) ou porque existe um grupo de personagens sobre as quais se vai contando uma história, sem se destacar nenhuma do grupo. Tenho também duas escolhas para esta lista. Ninguém disse que não poderia ser um livro de não ficção, pelo que pensei optar pelo Apanhados Pela Revolução de Helen Rappaport. A segunda opção que me ocorreu foi Os Miseráveis de Victor Hugo. De qualquer forma, tenho o primeiro há tanto tempo na estante, que optaria por ele.

A história de uma revolução que abalou o mundo, contada segundo uma perspetiva inteiramente nova - a dos cidadãos estrangeiros que se encontravam em Petrogrado nos dias de 1917 em que a história era feita nas ruas. Entre a primeira revolução em fevereiro de 1917 e o golpe bolchevique de Lenine em outubro, Petrogrado (a antiga Sampetersburgo) só conheceu turbulência. Os visitantes estrangeiros que enchiam hotéis, bares e embaixadas estavam cientes do caos que os rodeava. Entre eles encontravam-se jornalistas, diplomatas, homens de negócios, governantas e enfermeiras voluntárias.

Muitos deles mantiveram diários e escreveram cartas para casa: da enfermeira inglesa que sobrevivera ao naufrágio do Titanic, passando pelo criado negro do embaixador norte-americano, até à dirigente sufragista Emmeline Pankhurst, que fora a Petrogrado para conhecer o indomável «batalhão da morte» feminino. Baseando-se nos testemunhos dos cidadãos estrangeiros que assistiram ao desenrolar do drama, Helen Rappaport conduz-nos ao próprio cerne da ação - para vermos, sentirmos e ouvirmos a Revolução, tal como aconteceu.

4) Livro Japonês - Para esta categoria, decidi resgatar um da estante. Comprado há uns anos na Feira do Livro de Lisboa, ainda consta na lista dos a ler: Manazuru, de Hiromi Kawakami. A literatura japonesa tem uma delicadeza própria, um sentimento exposto de uma forma discreta e delicada, que por vezes nos passa despercebida. Hiromi já me foi recomendada mais do que uma vez, mas ainda não conheço o seu trabalho.

Passaram-se doze anos desde que o marido deixou Kei só, com uma filha de três anos. O único indício que ele lhe deixou foi a palavra Manazuru, escrita no diário, o que a leva a dirigir-se regularmente à povoação costeira com esse nome, apesar da relação amorosa que agora tem com um homem casado.
Como sempre acontece nos romances de Kawakami, o tempo decorre lentamente e as emoções revelam-se nos pequenos gestos, nos encontros efémeros, na delicadeza das sensações. Mas em Manazuru é mais tangível a presença de um mundo invisível que impregna o quotidiano e perturba a geografia sentimental das personagens.
Junto ao mar, há o ruído da chuva no céu imenso, as centelhas de um incêndio, o voo das garças sobre as casas em ruína: um instante luminoso entre a aparição e o desaparecimento, os mistérios de ausência e o apelo da vida.
Manazuru é uma meditação sobre a memória e o futuro, uma delicada exploração das relações entre homens e mulheres e entre pais e filhos no Japão dos nossos dias.

5) Livro sobre Música - A indecisão já se torna parte do padrão. Para esta categoria vieram-me à memória dois livros: Balada para Sophie, de Filipe Melo e Juan Cavia ou Chega de Saudade (A História e as histórias da Bossa Nova), de Ruy Castro. O primeiro é um destaque do mundo editorial português em 2020. Todos os que já leram falam dela de forma comovedora. Ninguém disseca o segredo pelo que apela à minha curiosidade. Tem o senão se não ser propriamente barata, mas justifica-se pelo projeto de ilustração da novela gráfica e respectiva impressão. O segundo é outro que me puxa há anos mas ao qual ainda não me rendi. Descobri agora que se encontra esgotado na editora. Curiosamente, são ambos da Tinta da China.

Dois célebres pianistas virtuosos, nascidos ambos na mesma vila francesa, cruzam‑se pela primeira vez no Concurso Nacional de Jovens Talentos. Julien Dubois, o herdeiro privilegiado de uma família rica, e François Samson, o invisível filho do responsável pela limpeza do teatro. Nessa noite, um deles venceu.

Cressy‑la‑Valoise, 1997

Uma enorme mansão vazia é abalada pela inesperada visita de uma jovem jornalista. Julien, agora lesionado e sob o peso do pseudónimo Eric Bonjour, deixa‑se levar irresistivelmente por uma nuvem de cigarros e memórias, flutuando entre a realidade e a fantasia. Vai compondo, como numa partitura, uma história sobre o preço do sucesso, redenção, pianos voadores… e sempre, sempre a sombra de Samson. Afinal, algum deles alguma vez terá vencido? E haverá ainda alguma música por tocar?

Balada para Sophie é a mais ambiciosa, íntima e comovente novela gráfica da multipremiada dupla Filipe Melo e Juan Cavia – leva os leitores para territórios cada vez mais profundos e complexos, sem nunca perder de vista o poder narrativo e simbólico que os tornou um verdadeiro fenómeno entre público e crítica.

6) Um clássico do séc. XVIII - Não sei se entra na categoria dos clássicos por ter sido escrito nesta época, se porque o autor é bastante conhecido, ou só porque peguei num livro que conjuga os dois factores mas não é, pelo menos por cá, assim tão falado para ter um destaque de um clássico. Trata-se de um livro que por acaso me chegou hoje a casa: O Diário do Ano da Peste, de Daniel Defoe. Escrito em 1720, pretendia ser um relato ficcional muito aproximado à narrativa documentalista sobre este período da História de Londres. Agora perguntam-me: "mas não estás saturada de pandemias?". Estou, como qualquer pessoa. De forma paradoxal, este livro parece-me a premissa para um bom escape. Há uns anos visitei o museu da Cidade de Londres, que naturalmente tinha uma grande secção dedicada ao grande incêndio e à peste. Sempre gostei de História e a exposição estava montada de uma forma incrivelmente interessante. É um misto de saudade pela visita a museus, pela sede de conhecimento e pela necessidade de "estudo" que me leva a este livro. Como alternativa, também sugiro Os Sofrimentos do Jovem Werther, de Goethe.

Em 1665, a peste grassou em Londres, clamando, em poucos meses, mais de 200 000 vidas. Décadas mais tarde, em 1722, Daniel Defoe, que três anos antes publicara a sua obra-prima, Robinson Crusoe, insistiu na fórmula de sucesso, assente no esbater da fronteira entre documentário e ficção, para registar literariamente o apocalítico flagelo do qual, na melhor das hipóteses, se teria vagamente apercebido na infância. Como assinala João Gaspar Simões na nota introdutória à sua notável tradução, que o presente volume recupera: «Leitura apaixonante, a deste Diário.

Se nunca perdemos o sentimento de estarmos a ler um documentário verdadeiro, a cada passo nos esquecemos de que a realidade ultrapassa por vezes a própria imaginação. E assim, lendo um diário que nos parece verídico, é como se lêssemos um verdadeiro romance.»

7) Um livro de um autor que faleceu no ano em que nasci - 1990. Teria sido mais fácil se existissem plataformas de obituários de pessoas famosas. Provavelmente até há, mas não conheço. Depois de enveredar pelos confins da internet cheguei a Alberto Moravia. Escritor italiano nascido em novembro de 1907, e falecido em setembro de 1990, e com vários livros editados em Portugal. Optei pel' Os Indiferentes, não só pela facilidade de acesso ao livro (foi editado em 2017), mas também porque a época da Primeira Guerra e o período que a sucede foram espaços amplos de transformação social e colectiva, e que reescreveram a Europa à luz do que conhecemos hoje. 

Roma. Pós-Primeira Guerra Mundial. Michele é um jovem numa revolta inoperante contra o vazio da vida burguesa. Órfão de pai, vê a mãe agarrar-se com devoção a um amante ocioso e calculista, Leo, enquanto a irmã, sem qualquer confiança na ideia de casamento ou de carreira, se deixa arrastar indolentemente pelos avanços do mesmo homem. Hostil a este que reconhece ser um jogo sem escrúpulos, Michele é instigado por uma amiga da família, também ela antiga amante de Leo, a tomar uma atitude, mas o estado de torpor em que vive - em que todos eles vivem - parece ser demasiado profundo. Cinco personagens, alguns dias, uma sucessão de intrigas familiares, Os Indiferentes é uma história de contornos simples que põe em evidência o tédio da existência, o erotismo desapaixonado, a decadência de valores na qual assenta a ascensão social dos tempos modernos. Publicado em 1929, este primeiro romance de Alberto Moravia teve um impacto marcante no meio literário italiano da época e é considerado uma obra-prima da literatura decadentista.

8) Um livro que se passe no espaço - Eu disse que não sou fã de ficção científica, pelo que não vamos abusar da sorte. A minha opção para esta categoria vai para outro livro de não ficção. Endurance, de Scott  Kelly conta a sua experiência a bordo da Estação Espacial Internacional durante um ano, desde a sua vivência a bordo às repercussões do retorno à terra (para quem não sabe, o astronauta tem um irmão gémeo e ambos participaram num estudo para analisar as consequências no corpo humano quando exposto à ausência de gravidade por tempo prolongado, pela comparação biológica e física de um irmão que ficou na Terra, e outro que exerceu a sua atividade enquanto astronauta).

Não é fácil imaginar um capitão da Marinha de Guerra, em grande forma física, a não conseguir dar dois passos sem tropeçar. Mas foi o que aconteceu a Scott Kelly depois de quase um ano no espaço. As suas pernas incharam como balões, a visão turvou-se, levantar uma caneca era uma tarefa hercúlea. Voltar a enfrentar a força da gravidade não é para meninos. Scott Kelly não é apenas um astronauta. É uma espécie de cobaia humana, que se voluntariou para passar um ano na Estação Espacial Internacional. O seu corpo foi estudado antes, durante e depois dos voos. Os ossos deformaram-se, os músculos atrofiaram e as paredes do coração contraíram-se. Foi exposto a um nível de radiação trinta vezes superior ao de uma pessoa em Terra, o equivalente a cerca de dez radiografias ao tórax por dia. (E tudo isso para preparar já a próxima geração de astronautas, aqueles que um dia pisarão o solo de Marte.)

Mas nada disso se compara com a solidão de estar lá em cima, a milhares e milhares de quilómetros de casa, da família, dos amigos - sabendo que, mesmo numa situação de emergência absoluta, o voo de regresso nunca poderia ser antecipado… E ainda por cima confinado a um espaço mínimo, em permanente risco de colisão com detritos espaciais, em permanente perigo de morte. Endurance é uma narrativa profundamente pessoal sobre uma aventura épica. E é uma história sobre aquilo que todos nós podemos aprender sobre a resistência, a resiliência e a perseverança, num ambiente que tem tanto de hostil como de fascinante.

9) Um livro simbolista - Mais uma vez me socorri da amiga internet. Não conhecia o Movimento Simbolista (mea culpa). Este movimento literário, com exponente máximo na poesia e génese em França pretendeu representar uma oposição ao realismo, ao naturalismo e ao positivismo. Dava ênfase aos ideais românticos e algo dramáticos, contrapondo com os movimentos mais sóbrios da época. As Flores do Mal de Charles Baudelaire são um dos produtos mais enunciados da época. Optei por enveredar por território nacional e coloco na lista Camilo Pessanha.

10) Um livro sobre a loucura - Dizem-me que Ka, personagem em Neve de Orhan Pamuk é uma personagem que sofre de uma doença mental ou alguma instabilidade psicológica. Outro para resgatar da estante e, como diria a Maria João Diogo ou a Elisa, tirar o pó aos livros. 

Laureado com o Prémio Nobel da Literatura, Orhan Pamuk é um dos romancistas mais impressionantes do seu tempo. Pamuk afirma que não escreve para mudar o mundo, mas as suas declarações políticas são conhecidas além-fronteiras, sendo por vezes alvo de polémica como o caso do escritor ter mencionado num jornal suíço que um milhão de arménios e 30.000 curdos terão sido mortos na Turquia. A afirmação ganhou contornos de protesto internacional e Pamuk foi condenado pelo Estado turco de insulto à identidade nacional. Mas a par da consciência política, Pamuk encontra a liberdade na escrita recuperando nas suas obras invariavelmente aquela que foi por si elevada a heroína das cidades: Instambul. E é precisamente na cidade turca que vamos ao encontro de Ka, poeta e jornalista turco, que viveu alguns anos exilado em Frankfurt e que um dia decide regressar à Turquia, mais concretamente a Kars, cidade fronteiriça entre o império Otomano e o império russo. Corre o ano de 1990, e Ka tenta reencontrar-se a si mesmo, enquanto procura a mulher dos seus sonhos, que acabou de conhecer um divórcio. Ka foi incumbido de cobrir a notícia que aparece nas primeiras páginas dos jornais de Instambul e que está a chocar a nação: um grupo de mulheres cometeu suicídio por ter sido obrigada pelo Estado e pela família a abandonar o uso do véu. Debaixo de neve, Ka protagoniza uma história de amor onde a veia poética de Pamuk se materializa, ao mesmo tempo que descreve os conflitos políticos e religiosos que caracterizam a Turquia da actualidade. Um romance notável.

11) Um livro de uma autora africana - Fica Comigo de Ayòbámi Adébáyò, autora nigeriana, foi finalista do Baileys Women's Prize for Fiction. Queria muito ler este livro há uns anos mas foi ficando para depois. Sobre o papel da mulher na família e em sociedade, e sobre as pressões colectivas exercidas sobre as mulheres quenianas em 1980.

Yejide e Akin estão casados desde os tempos de faculdade, onde se conheceram e apaixonaram. Agora, decorridos vários anos, Yejide espera por um milagre: uma criança. É o que o seu marido quer, e o que a sociedade espera dela — e, entre consultas de fertilidade, curandeiros e tisanas, Yejide tem feito tudo o que pode para consegui-lo. A família de Akin, no entanto, começa a dar sinais de impaciência, e quando sugerem ao jovem casal acolher em casa uma segunda esposa, mais jovem, os dois percebem que terão de encontrar uma solução rapidamente.

Percorrendo os anos turbulentos da Nigéria da década de 1980 até aos nossos dias, Fica Comigo é uma história sobre a fragilidade do amor conjugal e do colapso da família sob o peso exasperante da maternidade, bem como da contradição de valores que coexistem no interior de uma mesma sociedade.

12) Quincas Borba - Quem nunca ouviu falar de Quincas Borba, de Machado de Assis? Faz-me sempre alguma confusão ver o quanto a literatura portuguesa é estudada no Brasil e a brasileira não chega tão facilmente até nós. Não me refiro sequer ao mundo editorial, mas ao conhecimento e educação para a literatura lusófona, onde se encaixa o Brasil. Quero conhecer os seus autores clássicos e modernos, tanto como os nossos. Quincas Borba parece-me uma óptima apresentação ao país irmão.

Amor e loucura, num livro delicioso sobre a grandeza dos sonhos e a miséria da realidade humana.
Rubião, modesto professor de província, herda uma fortuna do filósofo Quincas Borba. Mas com a riqueza vem igualmente a loucura do seu amigo. Dissipa a fortuna em ostentação e em ajudas à trupe de oportunistas que o rodeiam assim que chega ao Rio de Janeiro. Perdido num mundo que não entende, Rubião acaba sozinho, e os parasitas ascendem à sua custa. No fim, triunfam os fortes, dando razão ao lema de Quincas Borba: «Ao vencedor, as batatas!» Este é o grande trunfo de Machado de Assis, sugerir as coisas mais terríveis da maneira mais cândida. Um romance essencial na língua portuguesa, um autor injustamente esquecido, que ombreia com Eça e Camilo.

Banda sonora enquanto escrevo: City Lights, de "HAEVN"
 
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Cláudia
Sobre a autora:
 
Maratonista de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.

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