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A Arte de Bem Ler I

Desde pequena que a minha mãe sempre me avisou que havia livros que não valiam o meu tempo. Obviamente que quando eu era pequena e só lia os livros da Anita e do Bolinha isso me parecia demasiado rebuscado. O que seria isso, "livros que não valiam o meu tempo"?
A resposta chegou-me a primeira vez andava eu no secundária e, na compra de uma qualquer revista de novelas, a minha colega trouxe de oferta um pequeno livro de bolso cor de rosa com um casal que se olhava apaixonadamente e que tinham como pano de fundo a Torre Eiffel.
O livro correu quase toda a turma e finalmente chegou a minha vez. Curiosa levei aquilo para casa e dei por mim com um livro de nem 100 páginas onde aconteciam coisas nunca antes vistas (cenas menos próprias incluídas) e tudo se resolvia e tudo ficava bem.
Mas, quando finalmente fechei o livro e o devolvi apercebi-me de algo, a história não me preenchera. Fora muito rápida e muito simples. As acções pareciam completamente injustificadas e a "heroína" facilmente arrebatar. Quando me apercebi disso, apercebi-me de que o livro efectivamente "não valera o meu tempo", fora meia hora completamente desperdiçada e que podia perfeitamente ter passado a ler outra coisa qualquer.
Com os meus olhos abertos para este novo mundo, onde havia livros que pretendiam apenas me encurralar para os ler sem me darem algo de novo, apercebi-me que começava a fazer escolhas mais cuidadas com o que lia.
Os resumos na parte de trás dos livros, e que sempre me fascinaram, começaram a ser bem ponderados. Autores cujos resumos prometiam mundos e fundos e que eu já conhecia e sabia não gostar desapareceram do meu mapa de interesses.
O mundo dos livros que eu conhecia repleto de Enid Blyton, os livros de Uma Aventura, Triângulo Jota e dos Super 4 começou a expandir-se.
Novos autores e novas maneiras de escrever chegaram às minhas mãos. Livros sobre drogas, adolescência e magia muito mais vil do que a dos livros a que estava habituada. E o amor? AH! O amor, subitamente esperar por aquele beijo final era tudo, esperar que os meus heróis caíssem nos braços um do outro era fascinante.
E há medida que este novo mundo se abriu à minha frente eu não podia deixar de me questionar se o livro cor de rosa efectivamente "não valera o meu tempo" ou valera e muito apenas por tudo aquilo que eu agora via e que não estava habituada a ver...


Ki
(Catarina)
Sobre a autora:

Bibliófila assumida e escritora de domingo. Gosta de livros e tudo o que esteja relacionado com eles, tem a mania que tem opiniões sobre livros e gostas de as expor no seu blog conjunto Encruzilhadas Literárias, tem também uma conta no GoodReads e é das melhores coisas que já lhe aconteceu.

Comentários

  1. Em primeiro lugar, muitos parabéns pelo blogue. Gostei bastante deste post, e a minha opinião pessoal é que tudo acaba por valer o seu tempo. Mesmo que seja para nos mostrar o que não gostamos, o que não devemos ou devemos ler.

    Parabéns, gostei muito.

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  2. Sou da opinião que aprendemos sempre algo com o livro mesmo não o tendo apreciado,por isso, mesmo não estando a gostar leio até ao final e tento sempre retirar algo positivo do mesmo, nem que seja, a certeza de não comprar mais algum livro do escritor.

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  3. Concordo Arttemizza! Costumo fazer o mesmo, só se for mesmo insuportável é que paro de ler :)

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