Noite de Reis
de Trisha Ashley
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 472
Editor: Quinta Essência
Editor: Quinta Essência
Resumo:
O Natal sempre foi uma época triste para a jovem viúva Holly Brown, por isso, quando lhe pedem para cuidar de uma casa remota nas charnecas do Lancashire, a oportunidade de se esconder é irresistível - a desculpa perfeita para esquecer as festividades.
Escultor, Jude Martland, decidiu que este ano não haverá Natal depois de o irmão ter fugido com a sua noiva, e faz questão de evitar a casa da família. No entanto, terá de voltar na Noite de Reis, quando a aldeia de Little Mumming celebra as suas festividades e toda a família é obrigada a comparecer.
Enquanto isso, Holly começa a descobrir que, se quer evitar a Natal, veio para o local errado. Quando Jude regressa inesperadamente na véspera de Natal não fica nada contente ao constatar que Holly parece estar a organizar a festa de família que ele esperava evitar.
De repente, uma tempestade de neve surge do nada e toda a aldeia fica isolada. Sem fuga possível, Holly e Jude encontram muito mais do que esperavam - parece que a quadra natalícia vai ser bastante interessante!
(Se estão curiosos e procuram ler um pequeno excerto, cliquem no link.)
Rating: 4/5
Comentário:
O Natal chegou mais cedo e eu não poderia estar mais feliz! Quem me conhece, sabe que sou uma apaixonada por esta altura do ano e abraço o espírito natalício, doa a quem doer (ou isto não entra bem na quadra?). Noite de Reis, de Trisha Ashley inaugurou a abertura oficial da época para mim! E para quem diz que é demasiado cedo, então não queiram saber o que é que estou a ouvir no exacto momento em que escrevo esta opinião. Ou queiram. É uma boa banda sonora enquanto lêem este livro: "Christmas", de Michael Bublé, editado em 2011. Deixo-vos um resumo em baixo para abrir o apetite para o que vem em seguida:
Rating: 4/5
Comentário:
O Natal chegou mais cedo e eu não poderia estar mais feliz! Quem me conhece, sabe que sou uma apaixonada por esta altura do ano e abraço o espírito natalício, doa a quem doer (ou isto não entra bem na quadra?). Noite de Reis, de Trisha Ashley inaugurou a abertura oficial da época para mim! E para quem diz que é demasiado cedo, então não queiram saber o que é que estou a ouvir no exacto momento em que escrevo esta opinião. Ou queiram. É uma boa banda sonora enquanto lêem este livro: "Christmas", de Michael Bublé, editado em 2011. Deixo-vos um resumo em baixo para abrir o apetite para o que vem em seguida:
E porque é falo em apetite? Primeiro, porque estou com fome, e depois, porque é impossível não o ficar através deste livro. Holly, como é apresentado no resumo, é cozinheira, e por isso mesmo não sabe não falar sobre comida página sim-página sim (todas apetitosas e de nos pôr a salivar). Todos sabemos o quanto o Natal é propício a alguns deslizes gastronómicos e a autora faz questão de nos deixar o tempo todo a pensar no que estamos a perder por antecipação.
E se a comida e as tentações gulosas fazem parte da caracterização do período de Festas, as famílias excêntricas, os tempos passados a jogar ou a cantar, as crises existenciais, os pânicos de convidados de última hora e a expectativa de um Natal diferente (do qual sentimos muita falta mas ao mesmo tempo já não suportamos mais) são sem dúvida parte integrante deste puzzle enorme e cobrem todos os momentos deliciosos de a Noite de Reis. E aqui até temos direito a neve...
A capa é linda. E se na imagem não parece tão interessante, corram para procurar a vossa numa livraria: tem brilhos a imitar neve e não há nada mais invernoso e simultaneamente aconchegante! Tudo chama pelo Natal, e quem o nega, explique-me porquê porque nem assim fico convencida!
Holly não é uma personagem muito aprazível ao início. Se vive dentro de um bloco de gelo, como a sua grande amiga lhe diz, também o passa para o leitor. É dotada de simpatia e agradável mas não cria empatia e deixa em evidência uma barreira algo intransponível. Mais do que isso, é algo insípida e apenas bidimensional quando se espera alguma profundidade (especialmente atendendo a que acaba de lhe morrer a avó que a criou). Ainda assim, quem sou eu para críticar como cada qual lida com a dor?
Acima de tudo, o livro começa por ser linear e com abordagens pouco exploratórias, o que me fez ficar algo reticente já que tinha algumas expectativas. Acho que de alguma forma, o mesmo se deu com outras perspectivas do enredo: a reprodução de conversas telefónicas com a amiga, por exemplo, ao principio eram algo forçadas. De qualquer forma, pude confirmar em diante não estar enganada quanto ao inicialmente expectado.
Claro que não seria uma estória de quadra se não se desse uma mudança repentina para o melhor, e uma redescoberta de si mesma. Little Mumming irá surtir um efeito especialmente avassalador sobre Holly e sobre as suas crenças, e torná-la adepta de receber o que a vida lhe traz. Isto deve-se à vila mas também a todas as pessoas fantásticas e acolhedoras que vivem por lá. Desde os habitantes locais que vê esporadicamente nas excursões à vila, aos que rodeiam e privam com Holly mais constantemente, especialmente os tios e a sobrinha de Jude que habitam na casa do guarda da propriedade. Mas há que não esquecer toda uma série de personagens, como a proprietária do Pub, a antiga ama de família que insistentemente a confunde como um membro da família, o antigo vigário, uma família de agricultores locais e uma série de convidados inesperados....
Holly é sem dúvida uma boa samaritana, mas também muito confusa. A determinada altura apetecia-me abaná-la, dado que se oferecia para fazer as coisas com boa vontade, mas posteriormente barafustava por estar atulhada com trabalhos que não lhe interessavam assumir. E sendo uma questão de boa vontade, ser comandada por terceiros parecia-me já uma certa falta de personalidade. Felizmente, quando já me preparava para desesperar, esta rapariga complicada respondeu-me e passou a agir de acordo com a postura que eu esperava desde início. Era algo esperado, mas não deixa de ser incrivelmente divertido ver o quanto uma pessoa anti-natal acaba por ser o ponto de união entre uma família um tanto ou quanto dispersa, e proporcionar-lhes o melhor Natal de sempre.
Quando ao casal mágico, a relação de desprezo/ódio foi algo despropositada e forçada numa primeira fase, que felizmente a autora decidiu superar. Cada um deles ganhou um dinamismo ao longo da narrativa e a sua aproximação não surgiu forçada. Jude, apesar da sua resmunguice, é sem dúvida um coração mole e bem intencionado, que até sabe perdoar rapidamente, mesmo que ninguém espere que ele o faça (eu não esperava). Adora a família e faria tudo por ela, até participar nas festividades locais, que são tão secretas que terão de ler o livro para as descobrir!
As dinâmicas da família foram sem dúvida os meus pontos preferidos. Gosto de pessoas e de como a complexidade ou simplicidade das suas vidas compõem um puzzle colorido. E todos eles fazem falta, desde os animais de estimação, à noiva mimada de alguém, ao bondoso e óptimo contador de estórias Noel, à resmunguice de Henry, à amabilidade e pragmatismo da tia de Jude, à veia casamenteira de Jess, ao desejo guloso de todos pelos petiscos de Holly que cozinha sem parar...
Este livro é sem dúvida uma história de famílias, para famílias, temperada com a dose certa de humor e ternura. É impossível não sorrir, rir nos momentos certos e sentimos-nos aconchegados o tempo todo. Nada mais adequado para a época, não acham? Provavelmente irei relê-lo para o ano nesta altura. Quem sabe e não se torna numa tradição?
Noite de Reis é sem dúvida um miminho de fim de noite, para ler ao som de uma boa banda sonora, e ficar a sonhar acordada, com uma perspectiva de estação invernosa quente, feliz e completa.
E se a comida e as tentações gulosas fazem parte da caracterização do período de Festas, as famílias excêntricas, os tempos passados a jogar ou a cantar, as crises existenciais, os pânicos de convidados de última hora e a expectativa de um Natal diferente (do qual sentimos muita falta mas ao mesmo tempo já não suportamos mais) são sem dúvida parte integrante deste puzzle enorme e cobrem todos os momentos deliciosos de a Noite de Reis. E aqui até temos direito a neve...
A capa é linda. E se na imagem não parece tão interessante, corram para procurar a vossa numa livraria: tem brilhos a imitar neve e não há nada mais invernoso e simultaneamente aconchegante! Tudo chama pelo Natal, e quem o nega, explique-me porquê porque nem assim fico convencida!
Holly não é uma personagem muito aprazível ao início. Se vive dentro de um bloco de gelo, como a sua grande amiga lhe diz, também o passa para o leitor. É dotada de simpatia e agradável mas não cria empatia e deixa em evidência uma barreira algo intransponível. Mais do que isso, é algo insípida e apenas bidimensional quando se espera alguma profundidade (especialmente atendendo a que acaba de lhe morrer a avó que a criou). Ainda assim, quem sou eu para críticar como cada qual lida com a dor?
Acima de tudo, o livro começa por ser linear e com abordagens pouco exploratórias, o que me fez ficar algo reticente já que tinha algumas expectativas. Acho que de alguma forma, o mesmo se deu com outras perspectivas do enredo: a reprodução de conversas telefónicas com a amiga, por exemplo, ao principio eram algo forçadas. De qualquer forma, pude confirmar em diante não estar enganada quanto ao inicialmente expectado.
Claro que não seria uma estória de quadra se não se desse uma mudança repentina para o melhor, e uma redescoberta de si mesma. Little Mumming irá surtir um efeito especialmente avassalador sobre Holly e sobre as suas crenças, e torná-la adepta de receber o que a vida lhe traz. Isto deve-se à vila mas também a todas as pessoas fantásticas e acolhedoras que vivem por lá. Desde os habitantes locais que vê esporadicamente nas excursões à vila, aos que rodeiam e privam com Holly mais constantemente, especialmente os tios e a sobrinha de Jude que habitam na casa do guarda da propriedade. Mas há que não esquecer toda uma série de personagens, como a proprietária do Pub, a antiga ama de família que insistentemente a confunde como um membro da família, o antigo vigário, uma família de agricultores locais e uma série de convidados inesperados....
Holly é sem dúvida uma boa samaritana, mas também muito confusa. A determinada altura apetecia-me abaná-la, dado que se oferecia para fazer as coisas com boa vontade, mas posteriormente barafustava por estar atulhada com trabalhos que não lhe interessavam assumir. E sendo uma questão de boa vontade, ser comandada por terceiros parecia-me já uma certa falta de personalidade. Felizmente, quando já me preparava para desesperar, esta rapariga complicada respondeu-me e passou a agir de acordo com a postura que eu esperava desde início. Era algo esperado, mas não deixa de ser incrivelmente divertido ver o quanto uma pessoa anti-natal acaba por ser o ponto de união entre uma família um tanto ou quanto dispersa, e proporcionar-lhes o melhor Natal de sempre.
Quando ao casal mágico, a relação de desprezo/ódio foi algo despropositada e forçada numa primeira fase, que felizmente a autora decidiu superar. Cada um deles ganhou um dinamismo ao longo da narrativa e a sua aproximação não surgiu forçada. Jude, apesar da sua resmunguice, é sem dúvida um coração mole e bem intencionado, que até sabe perdoar rapidamente, mesmo que ninguém espere que ele o faça (eu não esperava). Adora a família e faria tudo por ela, até participar nas festividades locais, que são tão secretas que terão de ler o livro para as descobrir!
As dinâmicas da família foram sem dúvida os meus pontos preferidos. Gosto de pessoas e de como a complexidade ou simplicidade das suas vidas compõem um puzzle colorido. E todos eles fazem falta, desde os animais de estimação, à noiva mimada de alguém, ao bondoso e óptimo contador de estórias Noel, à resmunguice de Henry, à amabilidade e pragmatismo da tia de Jude, à veia casamenteira de Jess, ao desejo guloso de todos pelos petiscos de Holly que cozinha sem parar...
Este livro é sem dúvida uma história de famílias, para famílias, temperada com a dose certa de humor e ternura. É impossível não sorrir, rir nos momentos certos e sentimos-nos aconchegados o tempo todo. Nada mais adequado para a época, não acham? Provavelmente irei relê-lo para o ano nesta altura. Quem sabe e não se torna numa tradição?
Noite de Reis é sem dúvida um miminho de fim de noite, para ler ao som de uma boa banda sonora, e ficar a sonhar acordada, com uma perspectiva de estação invernosa quente, feliz e completa.
Cláudia
Sobre a autora:
Maratonista de bibliotecas e bookcrossing, a Cláudia ainda consegue estudar e fazer o seu mestrado enquanto lê nos transportes públicos. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado é tão fácil encontrá-la numa biblioteca como na Rota Jovem em Cascais. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.
Adorei a tua opinião, vou começar a ler este hoje e se já estava curiosa agora ainda fiquei mais. Li o outro livro da autora e apesar de não ser dos meus favoritos até que gostei bastante. Já no outro ela tinha essa capacidade de nós deixar a salivar pelas descrições que fazia de comida que neste caso era sobre chocolate.
ResponderEliminarEu também adoro o Natal é a minha altura favorita do ano!
Beijinhos
Ainda bem que gostaste Sandra. Fico à espera de saber a tua opinião :)
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