Nunca Me Deixes
de Kazuo Ishiguro
Edição/reimpressão: 2005
Páginas: 332
Editor: Gradiva Publicações
Resumo:
Kathy, Ruth e Tommy cresceram em Hailsham – um colégio interno idílico
situado algures na província inglesa. Foram educados com esmero,
cuidadosamente protegidos do mundo exterior e levados a crer que eram
especiais. Mas o que os espera para além dos muros de Hailsham? Qual é,
de facto, a sua razão de ser?
Só vários anos mais tarde, Kathy, agora uma jovem mulher de 31 anos, se permite ceder aos apelos da memória. O que se segue é a perturbadora história de como Kathy, Ruth e Tommy enfrentam aos poucos a verdade sobre uma infância aparentemente feliz — e sobre o futuro que lhes está destinado...
Só vários anos mais tarde, Kathy, agora uma jovem mulher de 31 anos, se permite ceder aos apelos da memória. O que se segue é a perturbadora história de como Kathy, Ruth e Tommy enfrentam aos poucos a verdade sobre uma infância aparentemente feliz — e sobre o futuro que lhes está destinado...
Rating: 4/5
Comentário:
Devo começar por dizer também que vi o filme antes de ler o livro, o
que é raro em mim mas neste caso foi mesmo por desconhecimento da
existência de um livro porque quando sei que o mesmo existe faço sempre
questão de o ler primeiro (este é o motivo porque ainda não vi nada do Orgulho e Preconceito).
Este é um dos poucos filmes que faz justiça ao livro e creio que foi elegantemente bem concebido. Ao longo do livro tive vários flashes do livro e na minha cabeça as personagens e locais tinham as formas do filme. Apesar de o mesmo poder ser um pouco redutor em termos de imaginação, também nos dá a sensação de estar a revisitar velhos amigos e locais por onde já andamos.
A escrita de Ishiguro é linda, suave e corrente como um ribeiro japonês. Tudo neste livro flui, a vida que Kathy nos mostra através dos seus olhos começa por ter um tempo idílico apesar de um pouco misterioso e que vai ganhando contornos de uma realidade estranha e que tentamos a todo o custo desvendar.
Este é um dos poucos filmes que faz justiça ao livro e creio que foi elegantemente bem concebido. Ao longo do livro tive vários flashes do livro e na minha cabeça as personagens e locais tinham as formas do filme. Apesar de o mesmo poder ser um pouco redutor em termos de imaginação, também nos dá a sensação de estar a revisitar velhos amigos e locais por onde já andamos.
A escrita de Ishiguro é linda, suave e corrente como um ribeiro japonês. Tudo neste livro flui, a vida que Kathy nos mostra através dos seus olhos começa por ter um tempo idílico apesar de um pouco misterioso e que vai ganhando contornos de uma realidade estranha e que tentamos a todo o custo desvendar.
Ao contrário do que
pensei primeiramente creio que além de romance terei de considerar este
livro uma distopia, por vários factos que apresentarei a seguir. Devo
também confessar que só me apercebi disto perto do fim, mas que, assim
que o constatei me fez lógica.
Quem já viu o filme sabe do que falo, há um certo elemento que talvez não seja tão distópico mas talvez mais ficção científica.
A verdade para a qual Kathy, Tommy e Ruth acabarão por despertar e que
lhes revelará qual é na realidade o seu propósito e destino. Esta
verdade começa por ser ocultada por uma inocência infantil que depois
cresce para um temor adulto. Os três amigos simplesmente não querem
pensar profundamente nos seus problemas, preferem fingir que eles não
estão lá e ignorá-los.
O livro lê-se
exactamente como uma memória. No fundo é como se encontrássemos uma
longa carta de Kathy a alguém ou um diário que ela escreveu a pensar em
nós. Para ela somos habitantes do mesmo mundo que ela e por isso, não
lhe faz sentido explicar certas coisas que apenas vamos entender com o
andar do livro.
Outras no entanto,
como a sua vida na escola, estão ricamente detalhadas, visto que Kathy
tem noção de que a sua vida escolar foi algo fora do comum. Na
realidade, há medida que conta a sua história Kathy começa a
aperceber-se que toda a sua vida foi um pouco fora do comum mas que
enquanto a estava a viver ela lhe parecia perfeitamente normal.
Já
perto do fim o livro aborda um tema ético e polémico que, infelizmente
na minha opinião é apenas roçado ao de leve mas que teve de ser
sacrificado em função da narrativa. Parece-me Ishiguro apenas queria
escrever um romance sobre as relações humanas e que o colocou num mundo
um pouco diferente de modo a pode controlar melhor essas pessoas,
dando-lhes uma mesma origem e formação e mostrando que mesmo que
fossemos todos feitos numa "fábrica", vestido da mesma maneira,
alimentados da mesma maneira e educados da mesma maneira nos tornaríamos
pessoas diferentes com personalidades próprias.
Um livro elegante e bonito que sem dúvida recomendo para quem gosta de romances.
BookTrailer:
nem sabia que estava publicado em pt xD
ResponderEliminartenho o filme para ver há séculos! ;)
Eu só descobri Mafi porque por piada fui ao catálogo da biblioteca pesquisar, senão também não faria ideia. O outro livro dele "Os Despojos dos Dias" também existe em português e fiquei curiosa após ler este :)
ResponderEliminarAgora que li o livro e vi este trailer, estou ansiosa por ver o filme.
ResponderEliminarhttp://numadeletra.com/nunca-me-deixes-de-kazuo-ishiguro-63386