Os livros sempre fizeram parte da minha vida, quer fossem os livros
do Bolinha quando era pequena ou o Harry Potter quando tinha 13 anos
lembro-me de andar sempre acompanhada por eles e de visitar os locais
mais fantásticos do mundo com a sua ajuda.
Por isso não é de estranhar que com a expansão da web me tenha deparado desde
muito cedo com as fandoms. As fandom são, e resumindo muito, grupos de
fãs que se juntam em torno de algo, quer seja um livro, filme, serie de
tv, etc, para o debaterem e melhor apreciarem. Lembro-me do meu espanto
ao encontrar o site Mugglenet e subitamente aperceber-me da verdadeira dimensão que o mundo de Harry Potter tinha.
Mesmo
assim, creio que a primeira fandom para onde entrei foi a de Sailor
Moon. Lembro-me de ter as bonecas, de escrever historias e de passar
horas na internet em busca das poucas imagens que podia encontrar para
imprimir e recortar. (O que sem a ajuda do google era obra vos garanto!)
Agora,
anos depois, ainda faço parte das fandoms. Apesar de já não escrever
tanta fanfiction ou fazer gráficos gosto de seguir o que se passa e
trocar algumas opiniões. Uso também o tumblr para fazer reblogs das
minhas cenas favoritas dos episódios e expor opiniões sobre tudo e sobre
nada.
E por isso que compreendo aquela frase que
diz que efectivamente há pessoas que conseguem ler um livro fecha-lo e
seguir com a sua vida mas eu não sou uma delas. Afinal qual é o ponto de
se fazer alguma coisa se não se vai tirar nada dela?
Não
digo que devêssemos todos andar a fazer gráficos, historias e desenhos
sobre os livros que lemos. Apesar de que não seria mau de todo. No
entanto creio que, com a ajuda do blogue, me apercebi que os livros
ganham efectivamente uma nova dimensão quando falamos deles. Quando os debatemos e dissecamos para opinião, quando tentamos perceber o narrador da história e o porque de certos acontecimentos.
Creio
que é normal quando amamos muito algo queremos descobrir pessoas que
amem esse algo tanto quanto nos. Partilhar as citações favoritas e
discutir a mensagem. Lembro-me que quando fui ver Os Miseráveis com
o Alexandre achei a historia triste apesar de ter um toque de esperança. Quando mais tarde o meu pai foi ver o filme com a minha mãe,
ela voltou desgostosa e quase zangada com o meu pai por a ter obrigado a
ver aquele filme horroroso e triste. O meu pai contradisse-a calmamente e
disse que achava que o filme era sobre esperança e antes que eu me
apercebesse estávamos os dois a debater as questões religiosas e de esperança no filme versus a miséria de valor das personagens. A minha mãe revirou os olhos e deixou-nos falar. Naquela pequena troca de
impressões com o meu pai apercebi-me de pequenas coisas no filme que nunca me
tinha apercebido e comecei a gostar mais do filme. Agora posso dizer
que gosto d'Os Miseráveis apesar de não o ver 24h por dia e que o
Alexandre tinha razão, se conseguirmos ver por baixo da miséria vamos
encontrar uma verdadeira pérola.
Há muito que já
percebi que sou parte da fandom e que sê-lo e algo mais forte que eu e
que não controlo. Tenho uma paixão imensa pelos livros, series e filmes
que sigo e gosto de os debater, gosto de os perceber melhor e gosto de
encontrar outras pessoas que pensem como eu penso.
E
vocês, Encruzilhados? Fazem parte de alguma fandom? O que fazem para se
manter a par da mesma? Deixem-nos as vossas dicas e paixão por mundos
que só existem nas nossas cabeças. (Ou será que não?)
Ki
(Catarina)
Sobre a autora:
Bibliófila assumida e escritora de domingo. Gosta de livros e tudo o que esteja relacionado com eles, tem a mania que tem opiniões sobre coisas e gosta de as expor no seu blog conjunto Encruzilhadas Literárias, tem também uma conta no GoodReads e é das melhores coisas que já lhe aconteceu.
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