O Perraultimato - Livro I
de Filipe Faria
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 264
Editor: Editorial Presença
Resumo:
As estórias são conhecidas de todos: sapatinhos de cristal, maçãs envenenadas, príncipes encantados e lobos maus; e todos sabem que, no fim, os que mereciam viveram felizes para sempre. Então porque é que isso não aconteceu? Porque é que o mundo parece virado do avesso? E porque é que toda a gente age como se nada fosse?
Rating: 2/5
Comentário:
de Filipe Faria
Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 264
Editor: Editorial Presença
Resumo:
As estórias são conhecidas de todos: sapatinhos de cristal, maçãs envenenadas, príncipes encantados e lobos maus; e todos sabem que, no fim, os que mereciam viveram felizes para sempre. Então porque é que isso não aconteceu? Porque é que o mundo parece virado do avesso? E porque é que toda a gente age como se nada fosse?
São essas as perguntas que atormentam Borralheiro, um dos poucos que sentem que algo de profundamente errado se passou, e o único que se predispõe a ir em busca de respostas. Respostas essas que lhe chegam às mãos na forma dos versos crípticos do misterioso Perraultimato, que o lança numa demanda em busca da verdadeira essência das estórias.
Acompanhado por quatro outras figuras do imaginário popular europeu — a imprevisível Capuchinho, o misterioso Aprendiz, a atormentada Vasilisa e o perigoso Burra — Borralheiro embarca numa inesquecível aventura neste primeiro volume da distopia folclórica «Felizes Viveram Uma Vez». (Vejam o livro no site da Editora aqui e leiam as primeiras páginas, cortesia da editora, aqui.)
Rating: 2/5
Comentário:
É sempre complicado explicar porque não se gosta de um livro. Eu pelo menos tenho tendência a achar que a culpa é minha, que eu não percebi a mensagem que o autor queria transmitir, ou que não tive paciência, ou porque o livro não era o meu género. Mas sinceramente as nossas opiniões são feitas disso mesmo, eu achar que um livro não me agrada não o faz um mau livro.
E esse é o caso de O Perraultimato: simplesmente não me consegui conectar com o livro, e quem nos segue sabe bem que leituras distópicas e contos de fadas são das coisas que eu mais leio e mais gosto de ler. De qualquer forma, houve algo nas personagens que não me prendeu.
O livro começa bem com um prólogo de um conto infantil conhecido - O Capuchinho Vermelho- e apesar de ser um pouco longo para o que é, aliás todos os capítulos são extremamente longos na minha opinião, até está curioso e tem um twist final inesperado. Mas é já no prólogo que aparece o que para mim foi outro grande problema: a linguagem.
Talvez a ideia do autor tenta sido usar uma linguagem cuidada, por vezes a puxar para o arcaico parece-me, para nos dar a entender que a histórias são antigas. Talvez o autor se tenha forçado a usar essa linguagem no texto - a mim foi o que me pareceu. Contudo, seja qual for o motivo, a verdade é que essa linguagem cria quebras no texto. Não me considero uma pessoal culta ou inculta, considero-me uma leitora normal e confesso que tive de parar várias vezes e ficar a olhar para palavras cujo significado desconhecia. Todo o processo de ler com um dicionário ao lado é cansativo e moroso, acabando por tirar parte da alegria de ler.
Para meio, deu-me a sensação que a linguagem foi ficando mais acessível mas como nunca fui de ler com dicionário ao lado (nem quando me aventurei nos livros em inglês), não posso dizer se "terei consultado o dicionário" mais ou menos vezes. Creio que o meu cérebro inventou palavras para por no lugar das que não conhecia ou simplesmente li como se as frases tivessem espaços em branco.
Assim sendo, acabei por perder muito do livro e sinto que apesar de não ter gostado do mesmo, talvez o tivesse apreciado melhor se pelo menos o tivesse conseguido ler sem quebras no texto.
Quanto às ilustrações do livro, da autoria de Pedro Potier, estão bem conseguidas e ilustram bem aquilo que eu tinha imaginado. A própria apresentação do livro está bem feita, gosto bastante desta nova capa com a qual a Editorial Presença relançou o livro e creio que conseguirão chegar a uma audiência maior através dela.
Não sou fã do título, O Perraultimato, penso que seja uma junção do nome de [Charles] Perrault, escritor considerado o pai dos Contos de Fadas, com a palavra ultimato, visto que todos os contos de fadas estão a acabar mal e algo tem de ser feito para garantir o seu final feliz. Se a ideia era esta é bastante engraçada e original mas torna o nome do livro praticamente impronunciável e põe um leitor logo pé atrás com a história.
Um livro que não apreciei particularmente mas que seguirá para casa da Cláudia para que ela o possa ler e avaliar e quem sabe, conquistar. De mim leva apenas duas estrelas.
E esse é o caso de O Perraultimato: simplesmente não me consegui conectar com o livro, e quem nos segue sabe bem que leituras distópicas e contos de fadas são das coisas que eu mais leio e mais gosto de ler. De qualquer forma, houve algo nas personagens que não me prendeu.
O livro começa bem com um prólogo de um conto infantil conhecido - O Capuchinho Vermelho- e apesar de ser um pouco longo para o que é, aliás todos os capítulos são extremamente longos na minha opinião, até está curioso e tem um twist final inesperado. Mas é já no prólogo que aparece o que para mim foi outro grande problema: a linguagem.
Talvez a ideia do autor tenta sido usar uma linguagem cuidada, por vezes a puxar para o arcaico parece-me, para nos dar a entender que a histórias são antigas. Talvez o autor se tenha forçado a usar essa linguagem no texto - a mim foi o que me pareceu. Contudo, seja qual for o motivo, a verdade é que essa linguagem cria quebras no texto. Não me considero uma pessoal culta ou inculta, considero-me uma leitora normal e confesso que tive de parar várias vezes e ficar a olhar para palavras cujo significado desconhecia. Todo o processo de ler com um dicionário ao lado é cansativo e moroso, acabando por tirar parte da alegria de ler.
Para meio, deu-me a sensação que a linguagem foi ficando mais acessível mas como nunca fui de ler com dicionário ao lado (nem quando me aventurei nos livros em inglês), não posso dizer se "terei consultado o dicionário" mais ou menos vezes. Creio que o meu cérebro inventou palavras para por no lugar das que não conhecia ou simplesmente li como se as frases tivessem espaços em branco.
Assim sendo, acabei por perder muito do livro e sinto que apesar de não ter gostado do mesmo, talvez o tivesse apreciado melhor se pelo menos o tivesse conseguido ler sem quebras no texto.
Quanto às ilustrações do livro, da autoria de Pedro Potier, estão bem conseguidas e ilustram bem aquilo que eu tinha imaginado. A própria apresentação do livro está bem feita, gosto bastante desta nova capa com a qual a Editorial Presença relançou o livro e creio que conseguirão chegar a uma audiência maior através dela.
Não sou fã do título, O Perraultimato, penso que seja uma junção do nome de [Charles] Perrault, escritor considerado o pai dos Contos de Fadas, com a palavra ultimato, visto que todos os contos de fadas estão a acabar mal e algo tem de ser feito para garantir o seu final feliz. Se a ideia era esta é bastante engraçada e original mas torna o nome do livro praticamente impronunciável e põe um leitor logo pé atrás com a história.
Um livro que não apreciei particularmente mas que seguirá para casa da Cláudia para que ela o possa ler e avaliar e quem sabe, conquistar. De mim leva apenas duas estrelas.
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