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Opinião: "O Grande Panda e o Pequeno Dragão" , de James Norbury

 

O Grande Panda e o Pequeno Dragão
de James Norbury

Edição/reimpressão: 2021
Páginas: 160
Editora: Suma de Letras Portugal


Sinopse: Este livro narra a viagem de dois amigos com tendência para se perderem. Como a maioria das pessoas. O Grande Panda e o Pequeno Dragão costumam acabar por se encontrar, mas, quando lhes custa recuperar o rumo, aceitam onde estão e desfrutam do seu lugar no mundo. Exploram as dificuldades e a felicidade que nos ligam a todos. Aprendem como viver o momento, como estar em paz com as incertezas e como encontrar forças para superar os obstáculos da vida, juntos.

Nesta maravilhosa viagem pelas estações do ano, ambos aprenderam que aquilo que verdadeiramente importa não é a meta, mas sim a companhia.

 
Rating: 3/5
Comentário: Antes de começar a opinião tenho de vos relembrar que li no início do ano "O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo", de Charlie Mackesy. E acho que essa leitura prévia acaba por encobrir parte da beleza deste livro, porque me soa a algo visto. Os traços ilustrativos de James Norbury relembram-me o trabalho de Charlie Mackesy, embora este último apresentasse uma versão mais experimental, por vezes meio que inacabada. As mensagens, sejam estas alusivas ao confucionismo ou ao lado mais elementar da vida (a busca da essência, da procura de ser um melhor ser humano em comunhão com a natureza e o ciclo da vida), acaba por se repetir nos dois livros. A grande diferença prende-se com o olhar deste último, muito mais optimista e regulador de esperança, enquanto que o de Charlie Mackesy reflectia uma abordagem de superação dos momentos mais negros e a luz ao fundo do túnel. 
Precisamente por reflectir ensinamentos do filósofo chinês, assim como a presença de um panda (e de um próprio dragão pequenino que nos lembra uma entidade deífica de um certo filme de animação, também passado na China) existe uma presença constante de elementos asiáticos e posicionamentos de um certo elemento "nirvana" e de procura do eu e do Mundo em comunhão própria.
Em momentos tão cinzentos, como aqueles que a pandemia nos trouxe (e a reacção colectiva e diferencial de vários grupos), tem havido uma procura constante de momentos de encontro individual e colectivo. 
Este livro é uma pequena doçura, um bálsamo para os dias menos bons e uma lembrança da força interior de cada um. Um rebuçado para saborear ao final de um dia extenuante e uma lembrança que o amanhã é melhor. Que temos o direito de nos perder e encontrar, porque o que importa é o caminho e quem o faz connosco. Uma boa prenda para colocar no sapatinho deste ano.

Banda sonora enquanto escrevo: Anchor de "Novo Amor"
 
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Cláudia
Sobre a autora:
 
Maratonista de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.

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