Uma Casa de Família
Resumo: Na primavera de 1938, a ameaça nazi paira sobre a Europa.
Em Viena, a família Landau vê desaparecer muitos dos seus amigos e teme pela sua segurança. Decidem fugir do país mas não poderão partir juntos. Elise, a filha mais nova, é enviada para Inglaterra, onde a espera um emprego como criada de uma família aristocrática. É a única forma de garantir a sua segurança. Para trás deixa uma vida privilegiada.
Em Tyneford, ela tenta encontrar o seu lugar na rígida hierarquia da casa. É agora uma das criadas, mas nunca antes trabalhou. Tem a educação e os hábitos da classe alta, mas não pertence à aristocracia. Enquanto areia as pratas e prepara as lareiras, usa as magníficas pérolas da mãe por baixo do uniforme. Sabe que deve limitar-se a servir, mas não consegue evitar o escândalo ao dançar com Kit, o filho do dono da casa. Juntos vão desafiar as convenções da severa aristocracia inglesa numa história de amor que tocará todos os que os rodeiam.
Em Tyneford, ela vai aprender que é possível ser mais do que uma pessoa. Viver mais do que uma vida. Amar mais do que uma vez.
Rating: 4/5
de Natasha Solomons
Edição/reimpressão: 2013
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 416
Editora: Edições ASA
Resumo: Na primavera de 1938, a ameaça nazi paira sobre a Europa.
Em Viena, a família Landau vê desaparecer muitos dos seus amigos e teme pela sua segurança. Decidem fugir do país mas não poderão partir juntos. Elise, a filha mais nova, é enviada para Inglaterra, onde a espera um emprego como criada de uma família aristocrática. É a única forma de garantir a sua segurança. Para trás deixa uma vida privilegiada.
Em Tyneford, ela tenta encontrar o seu lugar na rígida hierarquia da casa. É agora uma das criadas, mas nunca antes trabalhou. Tem a educação e os hábitos da classe alta, mas não pertence à aristocracia. Enquanto areia as pratas e prepara as lareiras, usa as magníficas pérolas da mãe por baixo do uniforme. Sabe que deve limitar-se a servir, mas não consegue evitar o escândalo ao dançar com Kit, o filho do dono da casa. Juntos vão desafiar as convenções da severa aristocracia inglesa numa história de amor que tocará todos os que os rodeiam.
Em Tyneford, ela vai aprender que é possível ser mais do que uma pessoa. Viver mais do que uma vida. Amar mais do que uma vez.
Rating: 4/5
Opinião: Confessem lá que já tinham saudades das minhas opiniões! Em primeiro lugar, tenho de agradecer à Mafi, co-autora do Blog Algodão Doce para o Cérebro (se gostam de romance, têm de lá ir espreitar), porque foi ela que me fez realmente olhar para este livro. Já o tinha visto nas novidades, quando ele surgiu, mas não tive muito interesse, até ler a opinião dela (ainda bem que o fiz!) e ir detalhadamente a sinopse.
Para quem gosta de estórias de vida com mesclas de romance, e o devido sabor agridoce do período da II Guerra Mundial, este livro é para vocês. Apresenta-se uma época ainda antes do fatídico dia de 1939 que determinou o começo oficial de um conflito há muito flagelado. Quando Elise se muda para Tyneford, espera-a uma realidade desconhecida, para a qual ela não está minimamente preparada, ou sequer consciente das consequências da mudança. Pela alusão da capa a Downton Abbey, esperava algo diferente, mas o livro não segue a linha de raciocínio da série, e ainda bem. Gostei das constantes reviravoltas do enredo, e do facto da estória nos obrigar a colocar de parte qualquer hipótese de previsão da resolução das questões apresentadas.
"Uma Casa de Família" é uma nova perspectiva dos horrores da II Guerra Mundial sobre os que não a combateram directamente, mas cujas vidas ficaram transformada para sempre. Desde à família de judeus desestruturada, aos processos de racionamento de alimentos e outros produtos, do movimento de resistência disseminado um pouco por toda a Grã-Bretanha, com especial enfoque nos britânicos a residirem em locais costeiros. As personagens locais de Tyneford são todas bastante humanas, mesmo quando trespassam as páginas muito levemente, deixando marcas de uma época por muitos não vivida, e que deixou traços na condução das relações humanas e na ocupação do território britânico.
Elise é a personagem principal que iremos acompanhar, a qual mesmo que não fosse apreciada por todos os leitores (alguns podem achar algumas das suas características algo irritantes) não deixa de gerar uma empatia absorvente, ao ser colocada numa realidade dura e pouco afável à sua condição, mas particularmente insuportável pela separação forçada dos restantes elementos da família. Talvez algumas das suas acções não sejam particularmente compreensíveis para o leitor, mas lembrança da sua idade tenra não nos abandona, pelo que se torna mais fácil assumir-lhe os percalços e os desajustes à realidade vivida, através de uma composição musical sonhada e há muito perdida.
E falo de música porque a temática é uma constante nesta obra, seja pela correlação das personagens seja pela importância do som na construção dos cenários: os tiroteios, as valsas, os sons do mar, a ressonância das botas militares num chão feito para ser pisado por sapatos delicados. Para completar, foi incluída no final do livro uma pauta, que corresponde a uma composição criada propositadamente para este livro. Sei que está algures no Blog da autora, mas tão bem escondida que não a descubro novamente. No entanto, este trailer do livro utiliza-a como banda sonora, pelo que podem espreitar na mesma:
Afinal encontrei, aqui fica: http://goo.gl/v7cqhJ
Vale mesmo a pena. Vão-se apaixonar. E os traços de inspiração semi-biográficos só irão selar ainda mais esse enternecimento.
Para quem gosta de estórias de vida com mesclas de romance, e o devido sabor agridoce do período da II Guerra Mundial, este livro é para vocês. Apresenta-se uma época ainda antes do fatídico dia de 1939 que determinou o começo oficial de um conflito há muito flagelado. Quando Elise se muda para Tyneford, espera-a uma realidade desconhecida, para a qual ela não está minimamente preparada, ou sequer consciente das consequências da mudança. Pela alusão da capa a Downton Abbey, esperava algo diferente, mas o livro não segue a linha de raciocínio da série, e ainda bem. Gostei das constantes reviravoltas do enredo, e do facto da estória nos obrigar a colocar de parte qualquer hipótese de previsão da resolução das questões apresentadas.
"Uma Casa de Família" é uma nova perspectiva dos horrores da II Guerra Mundial sobre os que não a combateram directamente, mas cujas vidas ficaram transformada para sempre. Desde à família de judeus desestruturada, aos processos de racionamento de alimentos e outros produtos, do movimento de resistência disseminado um pouco por toda a Grã-Bretanha, com especial enfoque nos britânicos a residirem em locais costeiros. As personagens locais de Tyneford são todas bastante humanas, mesmo quando trespassam as páginas muito levemente, deixando marcas de uma época por muitos não vivida, e que deixou traços na condução das relações humanas e na ocupação do território britânico.
Elise é a personagem principal que iremos acompanhar, a qual mesmo que não fosse apreciada por todos os leitores (alguns podem achar algumas das suas características algo irritantes) não deixa de gerar uma empatia absorvente, ao ser colocada numa realidade dura e pouco afável à sua condição, mas particularmente insuportável pela separação forçada dos restantes elementos da família. Talvez algumas das suas acções não sejam particularmente compreensíveis para o leitor, mas lembrança da sua idade tenra não nos abandona, pelo que se torna mais fácil assumir-lhe os percalços e os desajustes à realidade vivida, através de uma composição musical sonhada e há muito perdida.
E falo de música porque a temática é uma constante nesta obra, seja pela correlação das personagens seja pela importância do som na construção dos cenários: os tiroteios, as valsas, os sons do mar, a ressonância das botas militares num chão feito para ser pisado por sapatos delicados. Para completar, foi incluída no final do livro uma pauta, que corresponde a uma composição criada propositadamente para este livro. Sei que está algures no Blog da autora, mas tão bem escondida que não a descubro novamente. No entanto, este trailer do livro utiliza-a como banda sonora, pelo que podem espreitar na mesma:
Afinal encontrei, aqui fica: http://goo.gl/v7cqhJ
Vale mesmo a pena. Vão-se apaixonar. E os traços de inspiração semi-biográficos só irão selar ainda mais esse enternecimento.
Cláudia
Sobre a autora:
Maratonista de bibliotecas e bookcrossing, a Cláudia ainda consegue estudar e fazer o seu mestrado enquanto lê nos transportes públicos. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado é tão fácil encontrá-la numa biblioteca como na Rota Jovem em Cascais. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.
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