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Não me lembro nem do título nem da capa, mas....

 
 
Vou iniciar uma nova rubrica (sempre que me lembrar de a publicar, vocês já me conhecem), seguindo o mote do título: "não me lembro do título nem da capa, mas...". Enfim, vamos reproduzir o pesadelo de todos os bibliotecários e livreiros deste mundo e trazer um tema, uma cor, uma palavra, um nome de um autor. Vamos jogar com o livro e com o quebra cabeças que é ler mentes para adivinhar os livros pensados por quem nos interpela. Espero com isto trazer-vos algumas sugestões de leitura, e deixo-vos o desafio de comentarem e indicarem os primeiros livros que vos vieram à mente quando pensaram na temática apresentada. 
Assim, sem mais demoras, "Não me lembro do título nem da capa, mas..." falava sobre um quadro.
 
 
 
 
 Sakura, de Matilde Asensi - Em 1990 o Retrato do Doutor Gachet de Van Gogh foi comprado pelo milionário japonês Ryoei Saito, pelo valor recorde de 82 milhões e 500 mil dólares. Matilde Asensi, autora bestseller com mais de 20 milhoes de livros vendidos em todo o mundo, inspirou-se nessa história para criar Sakura, um romance em que as tradições da cultura nipónica se entrelaçam com a pintura impressionista, as gravuras ukiyo-e e a arte urbana. As cores têm a força dos seus protagonistas e a extraordinária presença da cerejeira em flor, sakura, surge como uma metáfora da beleza e da fugacidade da vida.
Neste novo livro, Matilde Asensi leva-nos de Paris ao Japão pela mão de van Gogh, numa aventura em busca do Retrato do Doutor Gachet, que marcará para sempre a vida dos seus protagonistas.
 
 
 
 Hereges, de Leonardo Padura - Em 1939, o S.S. Saint Louis, onde viajavam novecentos judeus fugidos da Alemanha, passou vários dias ancorado no porto de Havana à espera de autorização para desembarcar. Um rapaz, Daniel Kaminsky, e o tio aguardam no cais a saída dos familiares, confiantes de que estes tentariam os oficiais havaneses com o tesouro que traziam escondido: uma pequena tela de Rembrandt, na posse dos Kaminsky desde o século XVII. Mas o plano fracassou e o transatlântico regressou à Europa, levando consigo qualquer esperança de reencontro e condena
ndo muitos dos seus passageiros.

Volvidos largos anos, em 2007, quando essa tela vai a leilão em Londres, o filho de Daniel, Elías, viaja dos Estados Unidos a Havana para descobrir o que aconteceu com o quadro e com a sua família. Só um homem como o investigador Mario Conde o poderá ajudar. Elías descobre então que o pai vivia atormentado por um crime, e que esse quadro, uma imagem de Cristo, teve como modelo outro judeu, que quis trabalhar no atelier de Rembrandt e aprender a pintar com o mestre.
Hereges é um romance absorvente sobre uma saga judaica que chega até aos nossos dias e que vem confirmar o autor como um dos narradores mais ambiciosos e internacionais da língua espanhola.

 
O Pintassilgo, de Donna Tartt - Theo Decker, um adolescente de 13 anos, vive em Nova Iorque com a mãe com quem partilha uma relação muito próxima e que é a figura parental única, após a separação dos pais pouco antes do trágico acontecimento que dá início a este romance. Theo sobrevive inexplicavelmente ao acidente em que a mãe morre, no dia em que visitavam o Metropolitan Museum. Abandonado pelo pai, Theo é levado para casa da família de um amigo rico. Mas Theo tem dificuldade em se adaptar à sua nova vida em Park Avenue, e sente a falta da mãe como uma dor intolerável. É neste contexto que uma pequena e misteriosa pintura que ela lhe tinha revelado no dia em que morreu se vai impondo a Theo como uma obsessão. E será essa pintura que finalmente, já adulto, o conduzirá a entrar no submundo do crime.

O Pintassilgo, vencedor do Prémio Pulitzer 2014, é um livro poderoso sobre amor e perda, sobrevivência e capacidade de nos reinventarmos.. Uma brilhante odisseia através da América dos nossos dias, onde o suspense e a arte são dois elementos decisivos para agarrar o leitor.
 
 
 
Limões na Madrugada, Carla M. Soares - Ansiosa por regressar à Argentina, mas presa a Portugal, distante do homem que ama e da mulher com quem vive, Adriana está perante um dilema universal e intemporal: manter-se comodamente na ignorância ou desvendar o passado da família, como se de um caso policial se tratasse, enfrentando assim aquilo de que andou a fugir toda a vida, por mais doloroso que seja.

Num jogo magistralmente imaginado pela autora, entre a vida atual de Adriana e os ecos do Portugal antigo, machista e violento dos seus pais e avós, esta história, de uma família e dois continentes, é uma viagem entre o presente e o passado, uma ponte sobre o fosso cultural que separa as gerações, um tratado sobre tudo aquilo que a família pode fazer à vida de um só indivíduo.

Entre a sombra e a luz, deixando que por vezes os silêncios falem mais alto do que as palavras, Limões na Madrugada é um romance sobre o amor incomum, o poder da família e a necessidade da coragem.

 
O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde - Dorian Gray é um jovem invulgarmente belo por quem Basil Hallward, um pintor londrino, fica fascinado. Determinado a eternizar a beleza de Dorian numa tela, Basil convence-o a posar para ele. Numa dessas sessões, o jovem conhece Lorde Henry Wotton, um aristocrata cínico e hedonista, que o desperta para a beleza e o seduz para a sua visão do mundo, onde as únicas coisas que valem a pena perseguir são a beleza e o prazer. Horrorizado com o destino inevitável que o fará envelhecer e perder a sua beleza, Dorian comenta com os amigos que está disposto a tudo, até mesmo a vender a alma, para permanecer eternamente jovem e manter a sua beleza.

Fortalecido pelo hedonismo, Dorian trata cruelmente a sua noiva, Sybil Vane, que se suicida com o desgosto. Ao saber do sucedido, o jovem começa a notar certas mudanças subtis na sua expressão no quadro, e constata que é o Dorian do quadro que envelhece e que sofre com a passagem dos anos, ao mesmo tempo que o Dorian real permanece com a juventude e beleza intacta. Um romance gótico de horror com um forte tema faustiano, O Retrato de Dorian Gray é considerado pela crítica como a melhor obra de Oscar Wilde.
 


Cláudia
Sobre a autora:
 
Maratonista de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.

Comentários

  1. Pensei logo no retrato de Dorian Gray! Vou seguir-vos! Gostei imenso da originalidade do Post.


    jiaescreve.blogspot.com (Sou nova neste mundo dos Blogs, por isso quando tiveres algum tempinho livre faz-me uma visita e deixa uma opinião)

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    1. Boa tarde Jia,

      Agradecemos a visita e vamos com certeza espreitar o blogue. Bem-vinda!

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