tinha uma capa azul.
Reiniciar, de Katherine May - Ao longo da vida, sofremos revezes inesperados, como uma doença
grave, a morte de um ser amado, uma ruptura sentimental ou a perda de
emprego. Estes períodos podem ser solitários e dolorosos. No caso de
Katherine May, o marido adoeceu, o filho deixou de ir à escola e os seus
problemas de saúde forçaram-na a renunciar ao emprego. Este livro
explora a maneira como ela suportou estes momentos difíceis, mas também
como aproveitou as oportunidades únicas que eles lhe ofereciam.
Esta comovente narrativa, entrecortada com lições retiradas da literatura, da mitologia e da natureza, oferece uma perspectiva inspiradora sobre o poder regenerador do descanso e do isolamento. A luz provém de fontes surpreendentes, e a mudança, inevitavelmente, ocorrerá.
Os peixes não têm pés, de Jón Kalman Stefánsson - Uma saga familiar de três gerações que acompanha a história da Islândia do século XX. Após receber uma estranha carta do seu
pai, que o faz suspeitar de que este estará em fim de vida, Ari regressa
à sua terra natal, em Keflavik, na Islândia. Nesta pequena cidade
cercada por campos de lava negra, sede de uma base militar
norte-americana, Ari é inundado pelas memórias da sua juventude nos anos
70 e 80, ouvindo Pink Floyd e Beatles, assaltando camiões de
abastecimento americanos, e correndo atrás de raparigas. A par da
história de Ari, há também a do seu próprio pai e a de seus avós, Oddur e
Margret, de como estes se estabeleceram num lugar ancestral e
elementar, dos mais inóspitos do mundo, e de como o mar, agora interdito
à pesca, foi, para uns, destino, para outros, solidão e medo.
O Imperador, de Ryszard Kapuscinski - Um golpe militar histórico estava prestes a rebentar nas ruas da Etiópia
quando em 1974 Ryszard KapuScinski chegou ao país. Haile Selassie, o
Grande Senhor, o Venerável Monarca, Eleito por Deus, Imperador da
dinastia salomónica que ocupara o trono ao longo de mais de quarenta
anos, acabaria deposto pelo seu exército. KapuScinski quis ouvir aqueles
que frequentaram os salões, os escritórios, os corredores do palácio, e
através dos seus depoimentos, aqui reunidos, contar a história da vida e
da queda da corte imperial de um homem que era para muitos um deus. O
messias espiritual do movimento rastafári, uma figura mítico-religiosa
que se acreditava capaz de mudar vidas com um simples olhar, um
autocrata que viveu numa opulência extrema enquanto o seu povo sucumbia à
fome. Nos relatos registados pela mão deste que foi um dos grandes
jornalistas do século xx mora o grotesco e o magnífico, o dramático e o
humorístico, o retrato de um país estrangulado de liberdades que,
alegoricamente, poderia ser muitos outros. O Imperador é uma obra maior da arte da reportagem e um epitáfio espantoso de um regime marcante na história africana.
Nove mil dias e uma só noite, de Jessica Brockmole - Março de 1912. A jovem poetisa Elspeth Dunn nunca saiu da remota ilha
escocesa de Skye, onde vive, e é com grande surpresa que recebe a
primeira carta de um admirador do outro lado do Atlântico. É o início de
uma intensa troca de correspondência que culminará num grande amor.
Subitamente, a Europa vê-se envolvida numa Guerra Mundial, e o curso
normal das vidas é abruptamente interrompido. Junho de 1940. O Velho
Continente vive mais uma vez o tormento de um conflito mundial e uma
nova troca epistolar incendeia os corações de dois amantes, desta vez o
de Margareth, filha de Elspeth, e o do jovem piloto da Royal Air Force
por quem se apaixonou. Cheio de glamour e de pormenores de época, este
romance faz a ponte entre as vidas de duas gerações - os seus sonhos, as
suas paixões e esperanças -, e é um testemunho do poder do amor sobre
as maiores adversidades.
O avesso da pele, de Jeferson Tenório - Agora que o pai morreu, inesperada e precocemente, Pedro tem pouco mais a
que se agarrar senão aos ensinamentos e às memórias deixadas pelo pai,
professor de Literatura na rede de ensino público. E homem negro, num
país que julga os homens e as mulheres pela cor da pele.
Esvaziado pela ausência, Pedro retraça os passos de Henrique nas ruas,
procura vestígios seus nos pertences deixados no apartamento. Reduzido
por vontade da mãe a uma relação intermitente com o pai, resta a Pedro a
possibilidade de reconstruir ou imaginar o passado de Henrique enquanto
homem, enquanto pai para, pelo caminho, procurar o entendimento de si
próprio.
Nesta rota íntima de Pedro, Jeferson Tenório faz uma delicada
investigação das relações entre pais e filhos, ao mesmo tempo que esboça
um retrato poderoso de um país sulcado pela segregação e pela pobreza,
em que muitos não podem mostrar por vezes, nem sentir o seu avesso, esse
espaço onde "entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu,
isolado e único".
–
Cláudia
Sobre a autora:
Maratonista
de bibliotecas, a Cláudia lê nos transportes públicos enquanto observa o
Mundo pelo canto do olho. Defensora da sustentabilidade e do
voluntariado, é tão fácil encontrá-la envolvida num novo projeto como a tagarelar sobre tudo e mais alguma coisa. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.
Comentários
Enviar um comentário