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Opinião: Antes do Futuro de Jay Asher e Carolyn Mackler

Edição/reimpressão: 2012
Páginas: 320
Editor: Editorial Presença
Resumo:
Estamos em 1996. Quando Josh instala um CD-ROM que dá acesso a cem horas de internet gratuitas no computador de Emma, sua vizinha e melhor amiga, são ambos transportados para uma estranha página chamada Facebook onde veem versões de si mesmos quinze anos mais velhos. As suas relações, amigos, filhos, carreiras, férias... todas essas informações estão na internet e alteram-se consoante as decisões que eles tomam no dia a dia. À medida que tomam consciência do que a vida lhes reserva no futuro, Josh e Emma são obrigados a confrontar-se com o que estão a fazer certo e errado no presente...
(Para lerem um excerto do livro cliquem aqui para o verem no site da editora cliquem aqui ou na capa)

Comentários

Catarina: Rating: 3,5/5

Um livro que faz jus ao título da colecção (Noites Claras) visto que passei uma noite em claro por causa dele.
Estamos em 1996, eu tinha dez anos na altura (por curiosidade), e Emma e Josh acabaram de deitar mãos a uma arma única e desconhecida chamada Facebook. Conseguem imaginar-se a navegar esse site sem perceberem bem o que se passa e apanharam actualizações de estado esquisitas sobre a vossa vida? Porque isso foi o que aconteceu aos nossos protagonistas. Não basta os problemas que tem presentemente, Emma e Josh vêem-se de braços dados com os seus problemas de adultos.
Fascinada por este site Emma encontra um update de status que a deixa preocupada com o seu futuro. Quem não ficaria? Todos sabemos as frases por vezes dúbias que deixamos no Facebook, os pedaços de letras de músicas, as citações, será que o nosso eu de 16 anos conseguiria compreender um nosso eu 15 anos mais velho? As pessoas mudam e as nossas experiências moldam-nos quer queiramos quer não, uma frase que expresse alegria hoje pode ser nostálgica daqui a uns anos.
O que gostei neste livro foi a temática recorrente do "viver no presente". Quando se apercebem que pequenas mudanças no presente causam ondas que mudam para sempre o futuro, Emma e Josh assustam-se e enquanto um tenta mudar tudo, o outro começa a andar com pézinhos de lã.
Pensemos se o nosso futuro fosse bom, não teríamos medo de o estragar? Mas não moldamos nós o nosso futuro com cada escolha que fazemos? Gostei bastante das perguntas lançadas por este livro mas creio que ele poderia ter ido mais longe.
Tal como no livro Treze Razões (de Jay Asher) parece-me que o autor tem um certo medo do confronto e deixa as suas histórias correrem numa certa zona de segurança, onde sabe que todos ficaram felizes com os resultados finais. Confesso que esperava um certo final que mais ou menos consegui mas o livro ficou aquém do que eu acho que teria sido possível.
Por outro lado, creio que a escrita de Carolyn Macklen ajudou a equilibrar a balança e a trazer uma certa novidade e movimento à história, que sem dúvida seria mais pacata nas mãos de Asher.
No geral trata-se de um livro divertido que coloca umas questões curiosas sobre o nosso futuro, o nosso presente e as decisões que fazemos diariamente. Sem dúvida algo que qualquer jovem que goste do Facebook vai gostar de ler. Uma boa aposta da Editorial Presença para o mercado mais jovem como aliás,são todos os livros desta colecção.


Ki
(Catarina)
Sobre a autora:

Bibliófila assumida e escritora de domingo. Gosta de livros e tudo o que esteja relacionado com eles, tem a mania que tem opiniões sobre livros e gostas de as expor no seu blog conjunto Encruzilhadas Literárias, tem também uma conta no GoodReads e é das melhores coisas que já lhe aconteceu.

Cláudia: Rating: 3,75/5

Ao debater-me sobre como começar a opinião a este livro, tive a ideia para mais um artigo, que sairá em breve. E digo-o aqui para que fique registado e não me esqueça. Hoje em dia, a panóplia de livros que integram o segmento juvenil podem tomar um leitor menos atento a fazer julgamentos comparativos. Há realmente livros tão diversos dentro da classificação deste segmento, que comentários que equiparem uns  uns e outros tornam-se algo redutores das obras em causa. Mas como disse, isso fica para outro artigo!
Porque é que o introduzo aqui? Porque ultimamente têm saído para o mercado português uma série de livros, trilogias e sagas que se enquadram na literatura juvenil, e que vêm cheios de uma pujança, de elementos demarcadores dos restantes, que por vezes tornam a opinião de livros como "Antes do Futuro" influenciada por esses, podendo ser descuidada por um leitor menos atento, dada a simplicidade e inocência da estória.
Em "Antes do Futuro" debatemo-nos com o inimaginável. Quantos de nós já não se perguntaram a dada altura como é que seriam dali a 3, 5 ou 10 anos? Emma e Josh deparam-se com uma versão sua 15 anos mais velha. Se isso não fosse já suficientemente difícil de entender, 2011 traz-lhes um futuro mais complicado que o esperado. Ao fim ao cabo, o que é um facebook?, porque é que as pessoas revelam a sua vida toda lá?, porque é que as pessoas são totalmente diferentes do esperado? E mais ainda: porque é que a mais pequena onda de acontecimentos pode danificar seriamente o futuro?
Pessoalmente, não teria qualquer interesse em saber o meu futuro. Já para Emma, o seu tem um significado especial, e não muito agradável pelo que lhe reserva, o que a dirige a uma série de peripécias que a levam a pensar e colocar em causa as relações presentes que mantém, e de que forma elas se afirmarão no futuro. Josh segue-a nesta aventura e tenta perceber que consequências isso trará também para si, numa mescla de incredulidade e fascínio.
No meio de tudo, é um livro de adolescentes, onde não pode faltar a abordagem ao amor, às desavenças criadas por coisas tidas mais tarde como insignificantes, pelas conquistas (escolares e pessoais) e pelos constantes fracassos, pelos amigos de sempre, e pelo desespero de crescer mais depressa.
Contrariamente à opinião da Catarina, não acho que houvesse necessidade de explorar mais a temática ou ir a fundo em algumas questões mais filosóficas. O objectivo deste livro é claramente entreter e fazer-nos passar um bom bocado, estando adequado à faixa etária para que dirige. Estamos a falar de personagens de 15 anos com problemas tipicamente de adolescentes e cuja principal preocupação é simplesmente crescer. E não saberem exactamente como fazê-lo.

Cláudia
Sobre a autora:
 
Maratonista de bibliotecas e bookcrossing, a Cláudia ainda consegue estudar e fazer o seu mestrado enquanto lê nos transportes públicos. Defensora da sustentabilidade e do voluntariado é tão fácil encontrá-la numa biblioteca como na Rota Jovem em Cascais. É uma sonhadora e gosta de boas histórias, procurando-as em cada experiência que vive.

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